Livro
Speed of Life
David Bowie e Masayoshi Sukita. Genesis Publications, 312 páginas. A edição limitada de 2 mil cópias está esgotada.
Mais informações em www.genesis-publications.com/book/speed-of-life/limited.
Em agosto de 1972, David Bowie já não era exatamente David Bowie. Ele era Ziggy Stardust. E foi encarnando essa andrógina persona, com os cabelos avermelhados e vestindo um macacão de tons psicodélicos, que ele posou, pela primeira vez, para o fotógrafo japonês Masayoshi Sukita. Realizada num estúdio alugado em Londres, a sessão durou duas horas Sukita não falava inglês e Bowie, obviamente, não dominava o japonês e foi publicada, inicialmente, apenas numa revista de moda do Japão, chamada an an. Depois, algumas imagens correram o mundo e se eternizaram como marco daquele período, tanto da história do rock quanto do próprio artista, hoje com 65 anos.
Desde então, apesar de morarem em países distantes e da diferença de idioma, não se separaram mais. Ao longo de 40 anos, como mostra o recém-lançado livro Speed of Life (Genesis Publications, importado), Sukita registrou todos os outros David Bowies que caíram na Terra: Alladin Sane, Thin White Duke, o pierrô de "Ashes to Ashes", o dançarino de "Lets Dance", o executivo de Tin Machine etc. Esses personagens, além de registros de shows, cenas inéditas de backstage e raros momentos da intimidade do transmorfo artista estão no luxuoso trabalho de 300 páginas. Uma edição limitada, de 2 mil cópias, numa caixa com autógrafos de Bowie e Sukita, mais um compacto com as duas versões da música "Its No Game", já está esgotada, apesar do preço estratosférico de US$ 560.
"Quando comecei a tirar aquelas fotos, em 1972, os barulhos da câmera e as luzes do flash passaram a dar um certo ritmo para a sessão", lembra. "Acho que foi o que nos uniu. Passamos, desde então, a nos comunicar pelo visor e através desses ritmos."
No ano anterior, Sukita, cujo pai morreu em combate durante a Segunda Guerra Mundial, tinha saído do Japão pela primeira vez, viajando para Nova York, levado por sua paixão pelo cinema americano e seus ídolos "rebeldes", como James Dean e Marlon Brando. No ano seguinte, foi para a capital inglesa, onde encontrou um outro personagem, bem mais atraente.
"Vi um cartaz na rua, que me pareceu de uma performance de arte de vanguarda", conta Sukita, que começou como fotógrafo de moda. "Não imaginava que fosse um show de rock. A apresentação era no Rainbow Theatre, e fiquei enlouquecido com Bowie. Nunca tinha visto um show daqueles. Ele era muito teatral, diferente dos músicos que eu conhecia."
Confiança
Por intermédio do empresário do T. Rex, do saudoso Marc Bolan (1947-1977), que Sukita havia conhecido em Londres, ele fez contato com Bowie. Depois daquela primeira série de fotos, Sukita voltou ao seu país, mas manteve o contato com o músico.
"Soube que tinha conquistado sua plena confiança quando ele fez o cartaz de um show usando uma foto minha, também da sessão de 1972", diz Sukita, que recebeu Bowie no aeroporto de Yokohama, em 1973, quando este fez sua primeira turnê no Japão.
No livro, Bowie aparece experimentando uma roupa com o estilista Kansai Yamamoto em Tóquio, em 1973, e andando de metrô em Kyoto, em 1980. No país, aparece também vestido com uma jaqueta de couro e fumando, na sessão de fotos que gerou a capa de Heroes, supostamente influenciada pelo movimento punk. "A influência estava em torno dele, mas Bowie não imitava ninguém. Seu olhar sempre disse tudo."
PCC: corrupção policial por organizações mafiosas é a ponta do iceberg de infiltração no Estado
Festa de Motta reúne governo e oposição, com forró, rapadura, Eduardo Cunha e Wesley Batista
Marçal incentiva filiação de Nikolas ao PRTB, mas deputado nega mudança de partido
Trump critica subsídios ao Canadá e volta a dizer que país deveria ser anexado aos EUA
Deixe sua opinião