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Fagner em seu sit down comedy. | Diego Rilove / Divulgação
Fagner em seu sit down comedy.| Foto: Diego Rilove / Divulgação

Depois de voltar aos palcos com seu grupo em Tesão Piá 2 e 3 e após um ano de recuperação do acidente que o obriga a usar uma cadeira de rodas, o humorista Fagner Zadra voltou dia 8 de março com seu show solo. Ele reapresenta o “Rizadra” durante o Festival de Teatro, dia 2 de abril, no Canal da Música, depois de ter participado como convidado do Risorama ao lado de humoristas consagrados do país. Como seria incorreto falar em “stand up comedy”, ele agora diz fazer “sit down comedy”. Leia a entrevista concedida à Gazeta do Povo em que o ator fala sem constrangimentos de suas limitações e sonhos:

O que mudou no Rizadra após o acidente?

Está totalmente diferente. Agora trago o Palhaço Alípio (Rafael Barreiros), Arley Santana (ex-CQC) entre outros comediantes.

Mas sobra tempo para você?

Sobra, eles fazem só cinco minutinhos, que é o tempo da minha troca de figurino, que agora ficou mais demorada. Eu faço vários personagens.

Mudou seu texto também?

Mudou quase tudo. Falo bastante das mazelas do cadeirante e de bizarrices também.

Apenas físicas ou também as questões psicológicas envolvidas?

De tudo. Na rua, por exemplo, tem gente que pensa que você tem problema mental porque está numa cadeira de rodas. Qualquer um que coloca um óculos escuro, tudo bem. Mas se eu coloco, pensam que sou cego.

Seus espetáculos têm lotado. Você acha que tem um fator curiosidade também, de pessoas que querem ver como você superou o problema?

Não sei, são todos malucos. Mas talvez seja por isso, as pessoas têm grande curiosidade. Mas antes lotava também.

Programe-se

Rizadra!

Canal da Música (R. Júlio Perneta, 695, (41) 3335-6062. Dia 2 às 20h30. R$50 e R$25. Classificação indicativa: 14 anos.

E como está indo sua recuperação?

Todo dia melhor, cada dia ganho um pouco mais de autonomia. Mas ainda não tenho um prognóstico de quando vou ficar 100%. Ter mais infecções é normal, porque a imunidade fica baixa e eu me locomovo pouco. Sempre tenho um enfermeiro comigo, de uma equipe de cinco.

O que é estar 100%?

Voltar a caminhar e mexer as mãos. Até agora não perdi nada do que recuperei. Mas todo dia é uma luta contra a dor.

Você lembra de tudo do acidente?

De tudo. O negócio [máscara de gesso que caiu sobre ele durante a festa do Festival de Teatro de 2014] estourou e caiu em cima de mim. Ninguém sobrevive a uma lesão como a que eu tive. Se tivesse virado a cabeça um pouquinho, tinha morrido. Mas tenho aprendido muito, de certa forma. O palco é meu lugar. Vinte segundos depois de acordar da cirurgia eu só pensava “vou perder o show dessa semana”.

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