Nos últimos anos, a HBO perdeu a hegemônia que tinha desde o começo dos anos 2000 na TV americana, época de "Sex and the City" e "Família Soprano". Canais fechados pequeninos, como Showtime e o AMC, mostraram com "Mad Men", "Dexter" e "Breaking Bad" que a produção de seriados de qualidade impecável náo é mais restrita a uma única emissora da TV a cabo.
Porém, com "The Pacific" a HBO mostra que em um quesito ela ainda é imbatível: a produção de minisséries grandiosas. Com estreia às 22h deste domingo (11), o seriado de 10 episódios semanais é um épico de guerra produzido por Tom Hanks, Steven Spielberg e Gary Koetzman, que repetem a premiada parceria de "Band of Brothers" (minissérie da HBO de 2001).
A produção é a série mais cara da história da TV, com um custo total de US$ 200 milhões, o que dá uma média de US$ 2 milhões por episódio. As gravações aconteram na Austrália e mostram os violentos combates entre soldados americanos e japoneses em ilhotas do Pacífico durante a 2ª Guerra Mundial.
A história de "The Pacific" é contada pelo olhar de três ex-combatentes, Robert Leckie, Eugene Sledge e John Basilone vividos na tela pelos quase desconhecidos James Badge Sale, Joe Mazzello e Jon Seda.
"Guerra ao Terror" O 1º episódio apresenta o trio se despedindo de seus familiares antes da batalha de Guadalcanal, em agosto de 1942. A cena da chegada deles ao local, aliás, lembra bastante o desembarque cinematográfico à Normandia de "O resgate do soldado Ryan", também de Hanks e Spielberg.
Os soldados são jovens, muitos acabaram de sair da adolescência e não têm idéia de quem seja o adversário. Lá eles passam fome, frio, tédio, dormem na chuva e correm o risco de contrair malária. Aqui, Hanks e Spielberg optam por mostrar o horror da guerra, das atrocidades que ocorrem de ambos os lados.
A narrativa documental de Leckie é uma ferramenta a mais para a crítica, um trunfo interessante de uma Hollywood dita imparcial pós "Guerra ao Terror", filme que ganhou o Oscar de 2010 ao desglamourizar a Guerra do Iraque.
"The Pacific" é um primor técnico, de fazer a alegria de quem investiu em aparelhos de áudio e vídeo em alta definição. Assisti-la e não fazer comparações com "Band of Brothers" ou mesmo "O Resgate do Soldado Ryan" é impossível.
A minissérie deve ser encarada como mais um capítulo de uma saga, uma sequência de um tema com possibilidades de histórias infinitas que Spielberg e Hanks não se cansam de explorar.
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