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A terrível herança nuclear

Não houve momento mais trágico na história japonesa do que às 8h15 do dia 6 de agosto de 1945. Nos 20 segundos que o cogumelo nuclear demorou para se formar, 45 mil pessoas morreram. Eram as primeiras das centenas de milhares que pereceriam em Hiroshima e Nagasaki (cidade atingida três dias depois) em conseqüência do bombardeio atômico lançado pelos EUA.

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Sadako Sasaki não sobreviveu. Tinha dois anos quando a cidade de Hiroshima foi destruída pela bomba atômica lançada de um avião americano. Fugiu com a mãe, aparentemente ilesa. Dez anos depois descobriria que não. Enquanto corria – uma de suas atividades preferidas – a menina sentiu fortes tonturas e desmaiou. Estava com leucemia, provocada pela radioatividade.

A garota é hoje um dos principais símbolos japoneses contra a guerra. Assustada pela morte que levava as outras crianças vítimas de câncer, Sadako agarrou-se a uma antiga lenda nipônica segundo a qual quem fizesse mil tsurus (garças) de papel com um objetivo forte em mente alcançaria seu propósito. Morreu antes de terminar as dobraduras, aos 12 anos, mas comoveu amigos que completaram as mil garças e as enterraram com a menina.

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A história de Sadako e as de outras crianças que sofreram em decorrência do bombardeio nuclear ao Japão são relembradas na exposição Hiroshima, que será aberta na próxima sexta-feira (3), na Biblioteca Pública do Paraná. Organizado pelo Consulado Geral do Japão, o evento apresenta 56 painéis com fotografias e textos (grande parte em espanhol) que contam como foi o ataque americano a Hiroshima e Nagasaki e as suas trágicas conseqüências, que se estendem de 1945 aos dias de hoje.

Os painéis mostram as duas cidades atingidas, os dias que sucederam ao bombardeio, os prédios destruídos e os memoriais construídos, as seqüelas físicas provocadas pela explosão radiotiva e muitas outras informações, que pretendem impedir que se esqueça o desastre que a humanidade é capaz de causar quando está em guerra. O acervo é uma doação do Museu do Memorial da Paz de Hiroshima, no Japão. A intenção de levá-lo a público, de acordo com o cônsul Toshinori Matsushiro, É "dizer aos jovens que o mundo não deve repetir o erro do passado e mostrar a importância da paz".

Em paralelo à exposição, será exibido o vídeo-documentário Hiroshima – Preces de Uma Mãe, que traz entrevistas com pessoas que viveram no período do bombardeio. Os visitantes também poderão aprender a fazer a dobradura de tsuru, para participar do projeto Mil Garças de Curitiba para Hiroshima, que vai reunir mil dobraduras feitas por brasileiros e e que serão enviadas ao museu japonês, em manifestação pela paz.

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Serviço: Hiroshima. Biblioteca Pública do Paraná (R. Cândido Lopes, 133), (41) 3321-4900. Segunda a sexta, das 8h30 às 20 horas, e sábados, das 8h30 às 13 horas. Abertura sexta-feira (3). Até 13 de agosto. Apresentação do vídeo-documentário Hiroshima – Preces de Uma Mãe (dublado, 30 min.). De 6 a 8 de agosto, às 15 horas.

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