| Foto: Elenize Dezgeniski/Divulgação

Serviço

Os Dois Amores de Colombina

Teatro Sesi Portão (R. Padre Leonardo Nunes, 180 – Portão), (41) 3271-8450. De quarta-feira a sábado, às 20 horas. Domingos, às 18 horas. Entrada gratuita. Até 26 de outubro.

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Isidoro Diniz comemora aniversário de carreira com nova peça
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A primeira coisa que se vê ao entrar no apartamento/escritório do ator, produtor cultural e diretor Isidoro Diniz é uma bandeira do Coritiba, cobrindo um pufe. "Coxa branca" roxo, ele aponta para a direção do estádio, lugar onde aprecia estar. Porém, sua praia é o teatro: foi a vontade de "ser artista" que o fez sair, aos 20 anos, de Nova Fátima, no Norte Pioneiro, para a capital do Paraná. Foi naquele mesmo ano, em 1979, que ele interpretou o seu primeiro personagem nos palcos, um palhaço, na peça O Consertador de Brinquedos. Hoje, ele retoma essa origem para celebrar os seus 35 anos de carreira, com o espetáculo Os Dois Amores de Colombina, que estreia no Teatro Sesi Portão.

O texto da peça, produzida por ele (com direção de Cesar Almeida), é inspirado no poema "Máscaras", de Paulo Menotti Del Picchia, de 1919. Na história, um arlequim e um pierrô se encantam por uma colombina. As reações e sentimentos em relação ao acontecimento é o que desenrola a história.

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Menino "do mato", de família metade paranaense, metade baiana, Diniz descobriu, aos 14 anos, que gostaria de atuar e produzir. Era o mais "exibidinho" da turma. "Queria ser artista, mas não tinha ideia do que era o fazer artístico", enfatiza.

Nessas mais de três décadas, Diniz fez de tudo um pouco: integrou elenco de novela na Rede Globo (Corpo a Corpo, dirigida por Dennis Carvalho), participou do seriado Tudo em Cima, na extinta Manchete e fez vários filmes com o cineasta Altenir Silva. Abriu shows para Os Trapalhões, foi parte do elenco da produção norte-americana Power Play e morou um ano em Paris (em 1989), onde trabalhou com teatro de rua. Fez mais de mais de 100 peças, entre atuação, produção e direção.

Fundou várias companhias e, na década de 1980, engatava um trabalho atrás do outro para sobreviver: chegou a morar com a amiga Regina Vogue em uma quitinete, junto com os dois filhos da atriz. "Era muito difícil, você vivia de bilheteria. Então, a gente se virava como uma comunidade", relembra. Hoje, Diniz acredita que é um período melhor para produzir. "Temos uma certa independência e dignidade, mas vem de conquistas", frisa.

Ativista

O artista é conhecido pela sua forte atuação política: em 2007, ganhou o Troféu Honorário do prêmio Gralha Azul por seu ativismo na área cultural. Defende causas do movimento LGBT e negro – foi o primeiro a fazer uma peça (Pixaim, de 2009) com elenco 100% negro. "Quando vi a minha condição de artista e homem negro, percebia que, nos elencos, o negro era sempre a copeira, o motorista. E muita coisa eu fui aprender dentro dos movimentos sociais."

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A indagação sobre o que é o fazer artístico ainda não é uma resposta totalmente concluída. "Não sei se eu poderia ilustrar. Mas é tudo isso que eu construí na minha vida. O artista é esse elemento transformador na sociedade. E eu fui isso."