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Will Ferrell sem maquiagam | Reprodução G1
Will Ferrell sem maquiagam| Foto: Reprodução G1

Trajetória

• Anna Maria (o nome só foi alterado na década de 90) nasceu em Curitiba, em 1931.

• Começou seus estudos na Escola de Música e Belas Artes aos 17 anos. Poucos anos depois, é premiada com a 3.ª colocação no Salão de Belas Artes da Primavera de 1951, mas interrompe o trabalho como artista. A volta às exposições só acontece em 1984, em duas mostras coletivas.

• Em 1987, é premiada no 44.º Salão Paranaense, o que volta a acontecer em 1992, na 49.ª edição do prêmio. • Em duas décadas de carreira, Anna Mariah participou de diversas exposições coletivas (como a mostra Panorama da Arte Paranaense) e individuais.

O curador e crítico de arte Ivo Mesquita – um dos mais importantes do país – está com viagem marcada para Curitiba. Mesquita vem para o lançamento do livro Anna Mariah Comodos, sobre o trabalho da artista paranaense, que acontece nesta quinta-feira (20), às 19 horas, no Museu de Arte Contemporânea (MAC).

O crítico é o autor da apresentação do livro, na qual comenta a trajetória artística de Anna Mariah, que ingressou nas artes pelas aulas da Escola de Música e Belas Artes – onde teve professores como Guido Viaro e João Turin – e, depois de três décadas afastada, projetou-se nas artes visuais no fim dos anos 80.

Na ocasião do lançamento, uma de suas criações tridimensionais ficará em exposição no MAC. Trata-se da instalação "Labirinto", feita em tiras de náilon tricotadas à mão. O material é um dos mais presentes no trabalho recente da artista de 75 anos, principalmente na confecção da sua série de vestidos, que combinam a rudeza de pregos, pesos de chumbo, tachas e correntes de ferro à delicada feminilidade dos bordados em tela de náilon.

Colagens

Os primeiros trabalhos de Anna Mariah foram principalmente colagens e assemblagens – técnicas que, segundo Mesquita, não serviram apenas como procedimento plástico, mas também estavam relacionadas ao conceito de combinar idéias e momentos históricos diferentes em superfícies fragmentadas.

O crítico divide essas colagens em dois grupos. As figurativas apresentam a justaposição de imagens acompanhada por uma pintura aguada, que determina o clima da obra. O imaginário feminino é o tema, tanto pelas manifestações da moda e do cinema, quanto pela vida doméstica.

As abstratas, por sua vez, influenciadas pelo abstracionismo histórico dos anos 50, apresentam o papel colado sobre superfícies rígidas. Segundo Mesquita, "são obras como que produzidas por efeitos musicais, estados de alma e que, por serem representações de pintura, põem em movimento questões como subjetividade, linguagem, autonomia da imagem e do campo".

Duas décadas

"Comecei com arte contemporânea, fazendo colagens, fui para a obra bidimensional e depois para a tridimensional", diz Anna Mariah, resumindo sua trajetória. Nessas duas décadas de criação artística, ela reuniu seu trabalho em séries, como "Cão sem Plumas", inspirada no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto, "Mariscos", na qual a artista partiu de folhas de jornal pintadas em tons escuros e dobradas na forma dos animais marinhos.

As experiências com o náilon, que marcam as obras mais atuais da artista, já estão ficando para trás. "Tenho a impressão de que essa fase talvez esteja se encerrando", afirma. Embora os próximos passos sejam imprevisíveis ("a gente nunca sabe o que vai fazer na frente"), Anna Mariah manifesta uma crescente atração pelo audiovisual. "Talvez eu trabalhe com vídeo, tenho algumas idéias, mas isso ainda vai ser pensado", adianta.

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Serviço: Lançamento do livro Anna Mariah Comodos e exposição da instalação "Labirinto". Dia 20, às 19h, no Museu de Arte Contemporânea (R. Westphalen, 16), (41) 3222-5172.

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