Uma polêmica das boas ofusca o lançamento de Segundo, o novo CD de Maria Rita. A confusão começou na metade de setembro, quando a gravadora Warner levou jornalistas musicais de todo o país para uma rodada de entrevistas coletivas e individuais com a cantora, na capital paulista. Além de distribuir cópias do disco para os convidados, como é de praxe, a empresa ofereceu um presente extra para 12 críticos dos principais veículos do eixo Rio São Paulo: tocadores de MP3 da marca iPod (uma espécie de walkman de música digital).
O aparelho, carregado com as faixas de Segundo, foi devolvido por alguns jornalistas. Entre eles um repórter da revista Carta Capital, que noticiou o "agrado" na edição daquela semana. Dias depois, foi a vez da Veja comentar o assunto. Sob o título "O mensalinho da filha de Elis", a matéria condenava os críticos que aceitaram o iPod, comparando o acontecido aos escândalos de corrupção em Brasília. Pronto. Estava criado um maiores barracos da história da imprensa musical brasileira. Ainda que o fato tenha passado um tanto desapercebido pelo grande público, discussões éticas sobre o tema continuam pegando fogo nas redações e sites especializados.
A reportagem do Caderno G participou de uma das entrevistas coletivas realizadas em São Paulo com a cantora. Não ganhou a traquitana da discórdia, mas acredita que o debate em torno desse tipo de expediente é importante para o ambiente do jornalismo cultural. Por isso, aproveitando a passagem de Maria Rita pelo Teatro Guaíra, fez questão de saber a opinião da artista sobre o ocorrido.
No entanto, até o fechamento desta edição, a reportagem não recebeu respostas para as perguntas (a maioria de cunho estritamente musical) enviadas por e-mail a pedido da empresa paulista responsável pela produção do show desta noite. A companhia alega que a intérprete teve imprevistos e ficou impossibilitada inclusive de conversar rapidamente por telefone celular. Desencontros à parte, é certo que a cantora pouco tem a ver com a trapalhada de sua gravadora. Mas por que o silêncio?
Serviço: Show com Maria Rita. Hoje, às 21 horas, no Guairão (Pça. Santos Andrade, s/n.°). Ingressos a R$ 140 (platéia), R$ 120 (primeiro balcão) e R$ 100 (segundo balcão). Informações: (41) 3304-7979.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião