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...Mundo Novo: o salto de Huxley para a grande literatura | Divulgação
...Mundo Novo: o salto de Huxley para a grande literatura| Foto: Divulgação

Opinião

Confira as opiniões sobre a coletânia Contos Escolhidos e o romance Contraponto

  • ReediçãoAdmirável Mundo Novo - Aldous Huxley. Tradução de Lino Vallandro. Biblioteca Azul/Globo Livros, 314 págs., R$ 27. Romance

Três livros fundamentais para experimentar a literatura do escritor inglês Aldous Huxley (1894-1963) chegam juntos às livrarias. O relançamento de Admirável Mundo Novo, Contraponto e Contos Escolhidos faz parte de um projeto do selo Biblioteca Azul, pertencente à Globo Livros, de reedição de quinze obras do autor neste e no próximo ano.

Os textos foram escritos entre as décadas de 1920 a 30, fase de amadurecimento e afirmação de Huxley, e unidos assinalam o pioneiro vínculo criado pelo inglês entre as visões política, social, estética e mística da sociedade contemporânea, talvez sua maior contribuição artística e intelectual.

Huxley soube ser relevante em seu tempo e no pós-Segunda Guerra, quando sua obra informou a base do pensamento caleidoscópico que forjou a contracultura.

Conseguiu ser atual no pós-moderno início dos anos 1980. Sua ficção científica, misto de tecnologia, psiquismo e magia, foi precursora da linguagem cyberpunk em várias áreas (literatura, música, cinema, jogos).

Ainda hoje é: suas previsões mais sombrias de uma sociedade narcotizada e com vocação para um totalitarismo tecnológico parecem se confirmar.

Originalmente publicado em 1932, Admirável Mundo Novo é uma fábula futurista sobre as consequências extremas de um regime político totalitário, como os que avançavam na Europa de então.

O bravo mundo criado por Huxley é baseado na produção em série e num sistema cientificamente planejado de castas, em que o livre arbítrio perde lugar para um condicionamento metódico. Ideologias são inoculadas na mente das pessoas durante o sono e a massa servil é recompensada com doses de uma droga perfeita.

A crítica literária costuma posicionar Huxley e este seu romance mais notório numa corrente literária do século 20 definida como "distópica".

Ao seu lado estariam livros como 1984, de George Orwell, e Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, escritores que também buscavam o assombro para acentuar tendências contemporâneas ameaçadoras, seguindo a ideia de que "nada melhor para chamar a atenção sobre uma verdade do que exagerá-la".

Neste contexto, o livro mais lido e debatido de Huxley é biblioteca básica obrigatória e mostra a faceta mais conhecida de seu autor: um erudito que escrevia romances complexos com denúncia irônica e exagerada das vicissitudes absurdas de seu tempo e do vindouro.

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