Programa
Confira o repertório e o serviço das três apresentações de Rodolfo Richter em Curitiba
Hoje
"Fantasia No. 1", de Georg Telemann; "Riconoscenza per Goffredo Petrassi", de Elliott Carter; "Fantasia No. 4", de Georg Telemann; "Cheap Imitation", de John Cage; "Passacaglia", de Henrich Biber; "Cadenza", de Krzysztof Penderecki; "Sonata", de Giuseppe Tartini.
Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Hoje, às 20h30. R$ 10.
Quarta-feira
Música Barroca Inglesa e Alemã "Suite em Dó", de Matthew Locke; "John Come Kiss Me Now", de Thomas Baltzar; "Sonata V em Sol Menor" e "Sonata VI em Lá Menor", de Henry Purcell; "Sonata in C Buxwv 266", de Dietrich Buxtehude; "Sonata in D", de Johann Schmelzer; "Prelúdio e Fuga para Alaúde Solo", de Johann S. Bach; "Sonata in C", de Johann G. Goldberg.
Quinta-feira
Música Barroca Francesa e Italiana "Sonata in A OP no. 12", de Arcangelo Corelli; "Suite in D", de Marin Marais; "Sonata em Sol Menor, OP 1, No. 4" e "Il Trillo del Diavolo", de Giuseppe Tartini; "Ciaconna em Dó", de Antonio Bertali; "Canzona", de Francisco Corbetta; "Sonata em Mi, OP 3 No. 5", de Jean Marie Leclair; "Sonata OP 2, no. 12", de Arcangelo Corelli.
O virtuoso violinista curitibano Rodolfo Richter, radicado na Inglaterra, volta a sua cidade natal para uma semana importante para a música erudita. Hoje, às 20h30, o músico é a atração da série Solo Música, do Teatro da Caixa, com o recital Conversas entre Um Passado Distante e Recente. Na quarta e na quinta-feira, Richter se apresenta com seu quarteto de cordas, o grupo britânico Palladians, na Capela Santa Maria, a partir das 20 horas, com os temas Música Barroca Inglesa e Alemã e Música Barroca Italiana e Francesa, respectivamente.
Com realização do produtor musical Álvaro Collaço, as apresentações incluem, ao todo, três repertórios distintos. "Já conhecia o trabalho do Rodolfo antes, sei que a formação dele passa por uma formação em música barroca, mas também por música contemporânea um tipo de formação mais comum do que as pessoas imaginam. Por causa disso, pensamos num repertório para a série Solo Música que fosse um pouco diferente do recital com o Palladians. Resolvemos, então, fazer um elo entre o barroco e o contemporâneo", conta Collaço.
É nessa ligação que compositores aparentemente tão díspares entre si, como o alemão Georg Telemann (16811735) e o americano Eliott Carter (1908), ou o austríaco Henrich Biber (16441704) e o também americano John Cage (19121992) se encontram. Collaço explica como acontece essa aproximação: "A música barroca, assim como a contemporânea, traz uma certa liberdade em sua execução que a música romântica e a moderna não permitem. Essas prezam para que a técnica do instrumentista seja muito restrita ao que está escrito na partitura, não há espaço para muita interpretação. Por isso, é comum que o profissional formado em música barroca tenha uma relação forte com a contemporânea também".
Por realizar três recitais seguidos com repertórios diferentes, Richter não quis dar entrevista. "Ele está muito compenetrado no trabalho", conta Collaço.
O barroco no mundo
Depois de sua apresentação solo, Rodolfo Richter continua explorando a música barroca, mas, dessa vez, sobe ao palco com o quarteto Palladians. Formado em 1991 por alunos da Guildhall School of Music and Drama, de Londres, o grupo é atualmente composto por Wilhiam Carter no alaúde e guitarra barrocos, David Wish no violino e Juan Quintana na viola de gamba, além do próprio Richter.
A diferenciação dos recitais, que dividem música inglesa e alemã num dia e italiana e francesa no outro, passa, segundo o idealizador, por uma questão de espírito. "A música da França e da Itália daquela época está muito vinculada à monarquia desses países. A Inglaterra também tem reis e rainhas, mas o barroco está ligado também à esfera comercial, em decorrência da enorme quantidade de montagens de peças que os teatros ingleses realizavam. Por fim, as composições alemãs estavam estritamente a serviço da igreja luterana. São, portanto, formas bem diferentes de fazer e de sentir a música".
Para Collaço, trazer para Curitiba um músico com a formação de Rodolfo Richter que possui uma carreira bem estabelecida internacionalmente e estudou música com alguns dos mais importantes professores brasileiros e ingleses, como Padre Penalva e Pierre Boulez, entre outros reafirma a qualidade dos profissionais curitibanos. "O Rodolfo é um exemplo do potencial que Curitiba tem para formar músicos de projeção internacional."
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