História
Galeria é pioneira no trabalho com artistas internacionais
Fundada em 1984, a Simões de Assis Galeria de Arte teve como uma das premissas, desde o começo, procurar artistas nacionais reconhecidos internacionalmente para representação. "Curitiba tinha galerias com atuação mais local, e eu queria atingir um mercado fora", diz o proprietário Waldir Simões de Assis Filho.
Arquiteto de formação, o marchand resolveu abrir a galeria tanto pela sua afinidade com as artes, como pela visão de mercado. "Um dia, tive uma conversa com o Gilberto Chateaubriand [colecionador, diplomata e empresário] no Rio de Janeiro, e ele me disse que eu deveria fazer um espaço na cidade para apresentar paranaenses, mas também nomes nacionais. Seis meses depois, inaugurei a galeria, e deu certo", recorda ele.
Cultura
Segundo Assis Filho, o mercado de arte é mais receptivo hoje do que quando começou. "Nesses 30 anos, cresceu muito. Curitiba hoje é um polo cultural muito interessante, há um interesse maior pela arte." Mas o marchand nunca deixou a arte de lado: faz questão de conciliar mercado e trabalho cultural. "Procuro fazer exposições e catálogos bem feitos, para divulgar a produção dos artistas", diz.
Assim como há três décadas, hoje o artista Juarez Machado e o marchand Waldir Simões de Assis Filho se unem para comemorar uma parceria iniciada em 1984: ele foi um dos primeiros artistas a integrar a galeria de Assis Filho por isso, foi escolhido para o aniversário do espaço, comemorado com a mostra Juarez Machado, Ontem, Hoje e Sempre, que inaugura às 10 horas.
Nome de peso na representação da arte figurativa brasileira, Machado, catarinense de Joinville que hoje vive entre Paris e o Rio de Janeiro, se formou e foi "descoberto" em Curitiba: graduou-se na Escola de Música e Belas Artes (Embap) e realizou a sua primeira mostra no início dos anos 1960, na extinta galeria Cocaco. "Faço parte de Curitiba, e Curitiba faz parte de mim", diz o artista.
O público poderá ver um amplo apanhado da carreira do pintor, com cerca de 60 obras, entre pintura, escultura, desenhos e outras produções recentes, elaboradas em seu ateliê, no Rio. "É uma retrospectiva do que fiz nesses meus 70 e caquerada anos", conta o irreverente Machado, que afirma "não gastar nenhuma energia", em algo que não seja pintar. Para abrir a mostra, Assis Filho também reuniu várias obras em uma sala única, chamada de "revelação do artista", com os trabalhos do início da carreira.
Estrada
A pintura sempre fez parte da carreira de Machado. No entanto, ele passeou por diversas vertentes antes de se dedicar exclusivamente ao ofício de pintor: foi chargista de vários jornais brasileiros, trabalhou como mímico, na idealização do programa dominical Fantástico, da Rede Globo, e desenhou para a revista O Cruzeiro, entre outras publicações.
Tem obras em diversos acervos do mundo (em Curitiba, um deles é o Museu Oscar Niemeyer) e, recentemente, fez exposições na França e no Líbano. Além de "trabalhar neuroticamente" para dar conta das demandas de seus vários marchands pelo mundo, Machado também está formando o seu instituto próprio, que deve ser inaugurado no dia 25 deste mês. O artista restaurou a casa da mãe, em Joinville, para guardar o seu vasto acervo com quadros, desenhos, esculturas e fotografias. "É algo muito excitante porque a minha história também acaba retratando um período do país", salienta. A mostra individual de Machado fica em cartaz em Curitiba até o dia 29.
Visite
Juarez Machado, Ontem, Hoje e Sempre
Simões de Assis Galeria de Arte (Al. Dom Pedro II, 155 Batel). Inauguração hoje, às 10 horas. Visitação de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 19h. Sábados das 10h às 17 horas. Entrada franca. Até 29 de novembro.
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