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Agora, quando alguém quiser parecer ligado em música alternativa, pode dizer que ouve jazz sueco. Com algum esforço, dá até para guardar o nome do grupo: Esbjörn Svensson Trio. Ou EST para simplificar.

É o máximo da afetação.

Na verdade, apesar de toda a embalagem exótica que a indústria e a mídia têm explorado, não existe nada bizarro no som produzido pelo grupo, uma formação tradicional de piano, baixo e bateria.

Além de fundir jazz, rock, eletrônica e o que mais der na telha, o que os suecos fizeram – e essa parece ser a tendência do momento – foi dar um jeito de conquistar o público jovem. Mesmo as fusões são sutis, mas suficientes para o som parecer novo. Por "rejuvenescer" o jazz, o EST virou uma epidemia mundial, espalhando-se por capas de revistas importantes – a americana Downbeat é a maior delas – e festivais.

A discografia do EST permanece inédita no Brasil (nem o fato de o trio ter se apresentado no país foi capaz de sensibilizar as gravadoras nacionais), mas não é difícil encontrar ou encomendar alguns títulos em lojas que trabalham com importados – hoje, quase todas as redes de grandes de livrarias têm acesso a catálogos estrangeiros.

Esbjörn Svensson diz que virou pianista porque era o instrumento que estava à disposição na residência da família. Seu amigo de infância, Magnus Öström, ganhou uma bateria nova em folha e a instalou na casa dos Svensson. Juntos, desenvolveram a cumplicidade que daria origem ao trio – completo com o baixista Dan Berglund –, formado em 1990.

A discografia básica do EST tem quatro títulos: Somewhere Else Before (de 2001, é uma compilação americana de dois trabalhos anteriores), Strange Place for Snow (2002), Seven Days of Falling (2003) e Viaticum (2005). O mais recente, Tuesday Wonderland, foi lançado somente na Europa. Existem ainda um ao vivo (Live ‘95) e outros discos mais difíceis de encontrar, inclusive o álbum em que os escandinavos tocam Thelonius Monk (EST Plays Monk).

Se puder escolher, a melhor forma de se aproximar do EST, é Somewhere Else Before. Nele, estão todos os elementos que deram ao grupo status equivalente ao de uma estrela do rock. Você ouve "Dodge The Dodo", a segunda faixa, e se pergunta como é que um baixista consegue tirar aqueles sons do instrumento. Uma das características de Dan Berglund é usar o arco e tocar o contrabaixo como se fosse um violoncelo.

"Somewhere Else Before", a faixa-título, é uma das melhores composições de Esbjörn Svensson e mostra que o trio é capaz de proezas até em peças mais introspectivas.

"From Gagarin’s Point Of View" começa com uma melodia que torna inevitável a afirmação: EST é o futuro.

Discografia

O essencial de Esbjörn Svensson Trio:

• Somewhere Else Before (2001) é uma compilação americana lançada pela Sony de dois trabalhos anteriores, From Gagarin’s Point of View e Good Morning Susie Soho (ambos do selo Superstudio GUL). • Strange Place for Snow (2002, Superstudio GUL). • Seven Days of Falling (2003, Superstudio GUL). • Viaticum (2005, Spamboolimbo). • O mais recente, Tuesday Wonderland, foi lançado em setembro somente na Europa. • Existem ainda um ao vivo (Live ‘95), um DVD (Live in Stockholm) e outros discos mais difíceis de encontrar.

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