Deve ter sido quase que unânime a perplexidade dos telespectadores de "Império" ao se depararem com a volta de Marjorie Estiano no papel de Cora, no capítulo exibido no último sábado (6), na Rede Globo. Pelo espanto geral, parece que ainda ninguém entendeu muita coisa para não dizer nada.
É super compreensível o afastamento de atriz Drica Moraes, que assumiu a personagem na segunda fase do folhetim, por problemas de saúde. O que realmente não parece muito concebível é a maneira como o autor decidiu lidar com o problema, já que esta não é a primeira vez que incidentes com atores precisam mudar o rumo de tramas como esta.
Aguinaldo Silva e seus diretores deixaram para trás os clássicos das viagens em cima da hora, as famosas férias (desculpa que, inclusive, já tinha sido usada mais no início da novela durante o afastamento de Othon Bastos) ou as opções mais derradeiras, como a trágica morte do personagem. Nem sempre, claro, estas posturas pareceram a coisa mais lógica do mundo, mas eram digeridas sem grandes comoções.
Que foi estranho a volta de Cora encarnada novamente por Marjorie, isso foi. Não há como questionar. De onde veio e como ela ressurgiu? Para onde vai? Como ela volta até com a voz diferente? Que fique claro: não se trata de um repúdio à Marjorie. Pelo contrário. Ela surpreendeu ao dar os primeiros passos da vilã. Também não é uma indignação pelo ponto for da curva. Inovar é legal. Ninguém aguenta mais o velho texto de gente má e seus crimes perfeitos.
Mas quebrar a regra sem uma introdução sutil não deixou a melhor das impressões. Pelo menos de início. Agora, se será uma medida certeira ou não, é muito cedo para dizer. Isso só depois do capítulo desta segunda-feira (8), quando, certamente, a Rede Globo terá mais audiência que o normal.
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