Nos bastidores
Veja alguns atores e atrizes que aparecem na direção de espetáculos nesta edição do Festival de Curitiba.
Mostra
Vera Holtz, com Sonhos para Vestir
Pedro Brício, com Me Salve, Musical!
Priscila Hozenbaum, com Um Coração Fraco
Angelica Zignani, com "..."
Elias Andreato, com Édipo
Stella Miranda, com Sete por Dois
Fringe
Paulo José, com Murro em Ponta de Faca
Joelson Medeiros, com Ana e o Tenente
Maureen Miranda, com Os 3 Espelhos
Marcio Vito, com Horácio
GUIA GAZETA DO POVO
O Guia Gazeta do Povo selecionou programas imperdíveis para você fazer na cidade logo após ver uma peça durante o Festival de Curitiba. Que tal esticar a noite com um jantar romântico, uma balada ou um barzinho para tomar aquela cerveja gelada com os amigos?! Assista ao vídeo e veja as dicas
Um caminho sem volta. Assim a atriz Maureen Miranda define sua investida na direção de peças de teatro, trabalho que vem ganhando corpo em sua agenda nos últimos quatro anos. Com uma comparação tirada de sua atuação como artista plástica, ela se imagina, quando está por trás do pano orientando atores, como se estivesse desenhando algo que depois cria vida e sai pulando por aí.
É o caso em Os 3 Espelhos, peça que ela dirige e integra a Mostra Novos Repertórios do Festival de Curitiba.
A experiência de Maureen é comum entre "bichos de teatro": pessoas que começaram a atuar ainda cedo, fizeram algumas assistências de direção e um belo dia receberam um convite irrecusável para orientar atores.
Foi assim com Gustavo Gasparini, que atua em Me Salve, Musical!. "Uma amiga me convidou para uma peça e disse que só me aceitava como diretor: meio que obrigou."
A atriz Vera Holtz teve uma experiência parecida na codireção de O Estrangeiro, ao lado de Guilherme Leme, trabalho que veio por acaso após uma viagem juntos. O bom resultado rendeu o convite para dirigir a atriz Sara Antunes, fundadora do grupo XIX, em Sonhos para Vestir. Para Vera, este é o tipo de projeto sensível capaz de "roubá-la" do universo da atuação. "Basicamente, a ideia tem que alinhar com meu pensamento", define.
No caso de Maureen, a sensibilidade tem muito a ver com a guinada rumo à direção. "Tive uma experiência não muito boa com um diretor e pensei que, se eu dirigisse, não faria isso com as pessoas", diz. Depois a ideia se fortaleceu por que não?
Há quatro anos, Maureen abriu o grupo Clepsidra, com o qual faz Os 3 Espelhos no Espaço Dois até amanhã. A peça fala da relação entre pai, mãe e filho e mostra o que as atitudes de uns causam nos outros.
Com essa bagagem de direção, Maureen considera impossível atuar numa obra sem se envolver de corpo e alma. "Como atriz já participava da criação, e agora tenho a palavra final", conta. Por outro lado, ela não recusa papeis interessantes como para atuar em Trilhas Sonoras de Amor Perdidas, estreia nacional de Felipe Hirsch na mostra oficial deste ano. A companhia é conhecida pela criação coletiva hábito que Maureen adotou em suas outras parcerias com a Sutil Cia de Teatro. "Depois, foi uma necessidade para mim experimentar o outro ângulo de visão", conta. Necessidade é uma palavra frequente entre atores que pularam para o lado de lá da coxia. No caso do carioca Marcio Vito, foi uma anseio por notoriedade. Com 20 anos de carreira, ele voltou para a universidade, onde formou há dois anos o grupo Tarja. "Quando vejo companhias como o Galpão ou a Sutil, que estão há anos com o mesmo núcleo, penso: É o paraíso", diz.
O Tarja traz para o festival Horácio, adaptação de Hamlet, de Shakespeare, que Vito dirigiu ao lado de Marcelo Andrade e Lara Figueira da Cunha. "Eles me complementam."
"Meu sonho é poder convidar diretores e ficar na atuação", confessa. "Atuar é muito mais divertido", concorda Priscila Rozenbaum, criadora do grupo Tapa.
Ela recebeu a adaptação de Um Coração Fraco como presente de Natal e um dia a desengavetou. O trabalho foi parar na mostra oficial do Festival de Curitiba, onde estreia dia 9 de abril.
"Tem que gostar de ser o cabeça. Resolver como contar aquela história inteira, ter uma noção do todo", conta. "Não é todo ator que pode passar para a direção, não", avisa.
Joelson Medeiros na Conexão Roosevelt
Como muitos atores, o curitibano Joelson Medeiros dava aulas, e nesta prática se tornou comum para ele a direção de alunos. Sua primeira experiência formal com esse trabalho, porém, só veio agora, após 25 anos de carreira. Ele traz Ana e o Tenente ao festival, peça que trata de situações-limite nos relacionamentos e que integra a mostra Conexão Roosevelt, no teatro HSBC.
Joelson é mais um apaixonado pelo teatro que não tem a expectativa de se tornar diretor full time. "Mas acho importante viver o outro lado", diz.
Ele considera a direção uma prática, não necessariamente um dom, um trabalho para o qual se qualificam apenas aqueles atores "antenados" e conscientes do todo da obra. "Que enxergam o cenário, a movimentação e demais estímulos."
Talvez por todo o critério que demonstrava já em seu trabalho como ator, Joelson diz que assumir o papel de diretor foi menos difícil do que imaginava. "Achei que me comunicar com atores seria fácil, mas que estabelecer a cara do espetáculo, não", diz. "Não achei que saberia chegar tão facilmente às decisões necessárias, mas o resultado ficou delicado e simples porque todos compraram esta ideia."
Serviço:
Sonhos para Vestir. Teatro Paiol (Lgo Guido Viaro, s/n.º), (41) 3213-1340. Dias 1º e 2, às 21 horas. R$50 e R$25 (meia). Confira o serviço no Guia Gazeta do Povo
Me Salve, Musical! Teatro Positivo Grande Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283. Dias 5 e 6, às 21 horas. R$50 e R$25 (meia). Confira o serviço no Guia Gazeta do Povo
Os 3 Espelhos. Espaço Dois (R. Comendador Macedo, 431), (41) 3362-6224. Dias 1º e 3, às 22h e 2 e 4, às 19 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia). Confira o serviço no Guia Gazeta do Povo
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