Moralmente ambígua, a nova empreitada de Adam Sandler é, de maneira direta, uma comédia que não diverte. No papel de um sapateiro infeliz que se transforma em seus clientes ao usar os sapatos recém consertados, o longa não cria realmente situações de humor e, quando tenta, passa muito próximo de preconceitos e até de um estupro.
Isso causa surpresa, já que “Trocando os Pés” é dirigido e roteirizado pelo americano Thomas McCarthy, que se tornou conhecido pelos tocantes e humanizados “O Agente da Estação” (2003) e “O Visitante” (2007). Por mais que seja fácil identificar elementos de sua filmografia na nova produção, o resultado é nada menos do que um contraponto.
Pela história, Sandler é Max, quarta geração de uma família de sapateiros judeus a trabalhar em Lower East Side, Manhattan.
Melancólico e sem entusiasmo, Max passa o dia em sua loja e, eventualmente, na companhia do amigo barbeiro Jimmy (Steve Buscemi) e da mãe doente (Lynn Cohen), com quem mora.
Quando Max se vê obrigado a utilizar uma velha máquina de costura para consertar o sapato de um violento criminoso local, o sapateiro percebe que ela é mágica: ao calçar os calçados passados pelo aparelho, ele assume a aparência de seu dono, voltando ao normal assim que os descalça.
A novidade dará nova vida a Max, que aproveitará ao máximo a mágica – apesar da performance contida de Adam Sandler.