Pirataria - Equipe trabalhou monitorada
A produção de Tropa de Elite 2 foi monitorada por um forte esquema de segurança para evitar que se repetisse o episódio de pirataria que prejudicou o lançamento nos cinemas do primeiro filme. "Foi traumático. Ouvi pessoas dizerem que a gente tinha vazado uma cópia propositadamente, para atrair mais público ou com o discurso de democratização do audiovisual. O que aconteceu, no nosso caso, foi roubo", lembra o ator Wagner Moura.
O diretor José Padilha condena veementemente a pirataria. "Não gostamos de pirataria, e ponto. Ela não é democrática, envolve sonegação fiscal, desrespeito aos direitos trabalhistas, corrupção de autoridades, competição desleal", diz. Por isso, a equipe trabalhou sob vigilância de câmeras e sem Internet disponível nos computadores. A finalização da montagem foi feita em película, e não em master digital, para dificultar uma possível tentativa de roubo, e as 636 cópias foram numeradas. (Annalice Del Vecchio)
Opinião
Um filme pertinente e poderoso Tropa de Elite 2 é um filme político. Lançado a três semanas do segundo turno da eleição presidencial, o longa-metragem de José Padilha veio bem a calhar. Talvez coloque o tema segurança (e, quem sabe, a corrupção) na agenda dos candidatos.
Lançado na última sexta-feira em 661 salas de todo o país, Tropa de Elite 2 (veja trailer e fotos) se tornou a maior bilheteria de estreia do cinema brasileiro dos últimos 30 anos e a quinta maior em relação a todos os filmes (nacionais e estrangeiros) lançados no país desde os anos 80.
Em apenas três dias, a produção contabilizou 1,25 milhão de ingressos vendidos. Atrás vem Chico Xavier, que iniciou sua carreira nas telas vendendo 585 mil entradas. Estrelado por Wagner Moura, no papel do tenente-coronel Nascimento, o longa-metragem de José Padilha teve uma média de 1.800 pagantes por sala. Esses números podem aumentar, uma vez que ainda não foram divulgados os resultados da frequência em salas do interior do país. Alguns analistas de mercado estimam que o filme se tornará o recorde nacional desde a chamada Retomada, iniciada em 1995, superando o atual campeão Se Eu Fosse Você 2, de Daniel Filho, que registrou 6,1 milhões de espectadores.
Em comparação aos filmes estrangeiros, o longa só perde para Homem-Aranha (2002), Homem-Aranha 2 (2004), Lua Nova" (2009) e Homem-Aranha 3 (2007). Este último teve a maior bilheteria de estreia.
Desde sua primeira exibição pública, no último dia 5, em Paulínia, no interior paulista, Tropa de Elite 2 que custou R$ 18 milhões conquistou uma unanimidade de elogios da crítica. O longa vem sendo aplaudido várias vezes durante a projeção.
Revelações
Se os elogios são unânimes a Wagner Moura, também não faltam comentários positivos ao restante do elenco, sobretudo a dois atores ainda pouco conhecidos.
Depois de protagonizar as produções independentes Besouro, Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo e Olhos Azuis, todos de 2009, e de fazer parte do elenco do divertido Quincas Berro dÁgua, lançado neste ano, o ator Irandhir Santos tem consciência de que o seu "anonimato está em vias de acabar.
Em Tropa de Elite 2, ele dá vida ao deputado Fraga, que serve de contraponto ao coronel Nascimento (Wagner Moura) por ser contra a violência e defender os direitos humanos. Pode-se dizer que ele representa o discurso da esquerda. Além disso, no longa, ele é marido de Rosane (Maria Ribeiro), ex-mulher do oficial do Bope.
Santos poderá ser visto em breve em A Erva do Rato, de Cláudio Assis, e O Som ao Redor, que marca a estreia de Kléber Mendonça Filho na direção de longas.
O ator Sandro Rocha, por sua vez, tirou a sorte grande em Tropa de Elite 2. Depois de fazer uma pequena participação no primeiro filme, ele conseguiu o papel do principal vilão do longa-metragem de José Padilha. Ele é o policial corrupto Russo e deve fomentar o ódio da plateia diante das atitudes que toma na história entre elas, um chocante assassinato à queima-roupa.
"Fui escolhido para o papel aos 45 minutos do segundo tempo. Fiz o teste e ganhei. Estou muito feliz, afinal de contas, quem não queria fazer o vilão de Tropa 2?, afirma Rocha, 36 anos. Morador de uma comunidade da zona norte carioca, ele vê o filme como uma possibilidade de o público brasileiro conhecer uma triste realidade do Rio de Janeiro.
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