Adeus Carminha, a loira má de Avenida Brasil (2012). A personagem é uma página virada na vida de Adriana Esteves. Desde que interpretou a vilã que virou hit em redes sociais e foi aclamada pelos noveleiros, a atriz estava descansando a imagem. Agora, ela volta com tudo à tevê. A partir do dia 26, ela estreia na pele de Tânia, uma cirurgiã-plástica que enfrenta desencontros em seu casamento em Felizes para Sempre?, nova minissérie da TV Globo. Depois, em março, integra o elenco da próxima novela das nove da emissora, Babilônia.
Nos dez capítulos da minissérie escrita por Euclydes Marinho, Adriana vive os dilemas de Tânia. A médica, mãe de um jovem de 16 anos, só pensa na carreira, mas seu marido insiste em ter outro herdeiro. Para não entrar em conflito com Hugo (João Miguel), ela toma anticoncepcionais escondida dele. Além disso, vai se mostrar preconceituosa ao rejeitar o namoro do filho adolescente com uma mulher mais velha.
Adriana revela que foi ótimo poder voltar ao batente depois de dois anos longe dos estúdios, agora sob a direção do cineasta Fernando Meirelles, por quem ela nutre admiração e nunca havia trabalhado antes. As gravações da minissérie terminaram, e a atriz já está envolvida com a interpretação de Inês, sua personagem em Babilônia, trama que vai substituir Império no horário nobre.
Quais são as principais características e dilemas de sua personagem em Felizes para Sempre??Ela é uma cirurgiã-plástica apaixonada pelo trabalho. Uma mulher que precisa do exercício físico, de uma forma bastante solitária. Tânia também tem dilemas com o filho de 16 anos e seu casamento não vai bem.
O grande problema de Tânia e Hugo é que ele quer ter outro filho, e ela não. A médica é desonesta com o marido?A questão não é desonestidade. Talvez seja covardia. Eles têm uma relação não transparente e mostraremos uma fase do casamento em que o casal está se distanciando. Neste caso, aparenta uma traição, porque supostamente eles combinaram que poderiam ter outro filho.
Então, a médica engana o marido, certo?Eu acho que sim, mas não necessariamente com a convicção de estar enganando.
A minissérie discute por que uma mulher bem-sucedida tenta manter um relacionamento que não vai bem?Falar que o amor não existe mais e que ele acabou é tão relativo... Quantos casamentos a gente conhece que aparentemente a pessoa não ama, mas se sente bem porque é amada. Então, ela escolhe ficar ao lado de alguém que a ama. Não tenho uma resposta clara para o caso da Tânia porque é só uma minissérie de dez capítulos. Se fosse uma novela, no final eu ia saber falar mais sobre esse dilema.
O que mais a atraiu para aceitar fazer Felizes para Sempre?, depois de dois anos fora do ar?Em primeiro lugar, por ser um convite de poder trabalhar com o Fernando Meirelles. Tenho uma admiração muito grande por ele. Em segundo lugar, porque era uma releitura de Quem Ama Não Mata (minissérie de 1982), que foi exibida quando eu era muito pequena, mas ficou na minha cabeça. Lembro-me do impacto que teve junto ao público. Poder voltar à tevê fazendo um projeto menor, muito cuidadoso, com locações em São Paulo e Brasília, foi extremamente interessante aos meus olhos.
Carminha foi tão marcante que ainda está na lembrança das pessoas. Você acha que Tânia fará o público esquecer a personagem?Quando fiz a Carminha, não foi para causar impacto, mas ela é realmente sensacional. Os trabalhos novos são para que as pessoas apreciem. Eu acredito neles, visto a camisa. Estou orgulhosa de fazer parte de Felizes Para Sempre?.
Você já está gravando a próxima novela das nove. Conte um pouco sobre a sua volta ao horário nobre.Ela se chama Inês e é uma mulher bastante complexa, mas não acho que seja malvada. Fiquei muito honrada quando me chamaram para fazer uma novela de autores por quem eu tenho profunda admiração (a trama é de autoria de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga). Uma novela dirigida por Dennis Carvalho, onde posso contracenar com um elenco incrível.