David Duchovny, ator que dá vida ao agente Fox Mulder desde o início de “Arquivo X”, em 1993, está certo. É esquisito vê-lo novamente no papel do agente do FBI que investiga os casos mais inacreditáveis, de lobisomens a abduções alienígenas, ao lado de Gillian Anderson como a doutora Dana Scully, depois de tanto tempo. A série chegou ao fim em 2002, já sem força, e ainda ganhou uma sobrevida em 2008, com um filme mediano.
Muita água passou por baixo da ponte de ambos. Duchovny, por exemplo, encarnou o canastrão escritor Hank Moody na série “Californication”, que aguentou firme por sete temporadas. O ator ganhou Globos de Ouro pelos dois personagens, com Mulder e Moody.
Gillian também deve à agente Scully o Globo que tem na estante, recebido em 1997, mas também seguiu o próprio caminho, entre tropeços e acertos, até encontrar a figura de Stella Gibson da série The Fall, um tiro bem no centro do alvo.
Ambos voltam à telinha de “Arquivo X” - que estreia no Brasil à 0h, na madrugada de terça-feira (26), na Fox, com a exibição de dois episódios inéditos na sequência - trazendo o peso dos anos distantes também para seus personagens. A estranheza do encontro de ambos - no universo real e na ficção - também transborda na primeira troca de olhares. Logo, contudo, passa. E a química, como mágica (ou por causa sobrenatural, tudo depende do que você acredita), volta escancarada, como se nunca tivesse ido embora.
Mulder e Dana são a alma de Arquivo X. Não é por acaso que o seriado passou a derrapar em seus últimos anos quando os dois deixaram as funções de protagonistas. Grande acerto de Chris Carter, criador da série que também volta nessa nova minissérie de 6 episódios de uma hora, é colocar suas principais armas logo à mostra. Há, claro, outros retornos como de Walter Skinner (Mitch Pileggi) e do Canceroso (William B. Davis) e esses funcionam como serviço para os fãs e nada mais. A terceira arma de Carter é criar uma nova trama, capaz de unir suas principais estrelas. E se mostrar ótimo.
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