“Quanto é que vale uma criança?” A pergunta de Sereno, personagem de Roberto Bomtempo, mostra a dedicação dos profissionais retratados em “Conselho Tutelar”, série que terá a segunda temporada exibida na Record a partir desta segunda-feira (4), às 22h30.
A nova safra tem cinco episódios, que vão ao ar entre segunda e sexta-feira. Baseada em fatos reais, a trama acompanha o trabalho de conselheiros tutelares do Rio de Janeiro em casos envolvendo abuso, assédio, exploração e violência contra crianças e adolescentes.
“Ainda há na sociedade um desconhecimento profundo sobre a atuação dos conselheiros tutelares. A ideia da série é chamar a atenção para esse universo”, comenta o diretor Rudi Lagemann. “É importante frisar que o contato com a realidade que esses profissionais têm é muito pesado. E isso tira as pessoas do seu equilíbrio interno e influencia na atuação delas. O seriado trabalha com esses ingredientes”, completa.
A primeira temporada foi ao ar em dezembro de 2014 e rendeu 7 pontos de média no Ibope, valor considerado alto para os números alcançados pela dramaturgia da Record no período. A nova fase seria exibida em dezembro de 2015, mas a emissora empurrou para janeiro, mês em que o número de telespectadores cai drasticamente por conta do período de férias.
“Esse aspecto deve influenciar de algum modo na audiência”, comenta Rudi, que aposta na qualidade da produção para conseguir bons números para a série. “Há histórias comoventes, mas a ideia é ser propositivo, realizar um trabalho de relevância social, retratando os heróis que fazem um trabalho importantíssimo no combate a um aspecto doloroso da nossa sociedade”, finaliza.
Existe uma regra no processo de trabalho do diretor Rudi Lagemann em “Conselho Tutelar”: crianças não gravam cenas violentas. Embora soe contraditório, já que a trama aborda situações abusivas, ele poupa o elenco infantil da exposição aos temas pesados.
“Não posso ter no mesmo enquadramento a criança e o revólver nem a criança pegando numa arma. Tudo é gravado com as crianças sem a presença da ‘violência’. Depois, gravamos de novo, só com adultos, e somamos tudo na edição. É uma exigência que influencia na gramática autoral da série”, explica.
Uma das poucas ressalvas a serem feitas à primeira temporada de “Conselho Tutelar” é o excesso de tensão. Para dar uma sensação de alívio ao telespectador, mesmo que por alguns segundos, novos personagens entram em cena na atual safra de episódios.
“A equipe do Conselho Tutelar ganhará um integrante, o Edésio [Francisco Carvalho]. É um rapaz bem-humorado, que traz um ingrediente novo para um universo de temas tão pesados. Além dele, também virá Peixoto [Claudio Gabriel], um sujeito que toma conta de um abrigo para crianças”, diz o diretor Rudi Lagemann.
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