Todo ano, quando novas séries estreiam na televisão, alguns espectadores amargam uma perda: a do programa que cedeu seu lugar na grade do canal.
O fim é inevitável, chega cedo para fracassos de audiência que sequer completam uma temporada, ou é adiado por anos, às vezes forçando a barra, mas quebrando recordes de longevidade na TV.
É o caso, neste ano, da criminal “CSI”, que após 15 temporadas, três “spin-offs” (séries derivadas) e inúmeros herdeiros de gênero, deixa a grade do canal americano CBS para entrar para a história da investigação ficcional.
Para ajudar fãs a lidarem com o luto televisivo, o site americano “Slate” criou um “cemitério da TV”, no qual é possível deixar flores virtuais no túmulo de sua série preferida, cancelada neste ano.
Veja algumas séries populares que foram canceladas:
Quinze anos no ar foi o saldo final do embrião da franquia “CSI”. A série, sobre investigadores criminais em Las Vegas, deu origem a outras duas versões em cidades diferentes, Miami e Nova York (ambas já canceladas), além de uma edição moderna com a vencedora do Oscar Patricia Arquette, “CSI: Cyber”, que estreou em março nos EUA. Também estabeleceu um estilo para o gênero reproduzido e parodiado em outras tramas.
Segundo o site “TVLine”, em seu auge, na quinta temporada, o programa foi assistido por 26 milhões de pessoas nos EUA. Em sua última, a audiência era de oito milhões. Entre uma e outra, o programa resistiu à perda de seus protagonistas, o criminalista-chefe, Gil Grissom (William Petersen), e a analista especializada em manchas de sangue, Catherine Willows (Marg Helgenberger).
O último episódio de “CSI” será exibido em setembro, nos Estados Unidos, e contará com o retorno dos dois atores em um especial de duas horas. O personagem DB Russell, interpretado por Ted Danson, será transferido para “CSI: Cyber”. Com o fim, o programa se torna o sétimo mais longevo da TV americana.
A 15ª temporada de “CSI” é exibida no Brasil pelo AXN, quarta-feira, às 22h.
Cumprindo com a primeira parte do mantra cult “seis temporadas e um filme” (“six seasons and a movie”), entoado por fãs da série nas redes sociais, “Community” encerra suas atividades oficialmente após a sexta temporada, exibida no primeiro semestre pelo Yahoo.
Chegar até aqui já foi um mérito: a série sobre amigos improváveis em uma faculdade americana sobreviveu a uma tentativa de enterro em 2014, quando foi cancelada pela NBC. Como já feito antes com programas de pequena, porém fiel, audiência, foi resgatada por outra plataforma -no caso, o Yahoo, que produziu mais duas temporadas, disponíveis on-line para assinantes do serviço nos EUA, enterrando-a agora de vez.
O reduto de fãs da sitcom foi atraído pela metalinguagem e humor negro da trama, que a cada episódio é apresentada pelo filtro de um gênero cinematográfico ou televisivo. Em um deles, por exemplo, uma festa universitária transforma-se em uma perseguição zumbi ao som de Abba. Em outro, os protagonistas enfrentam altas aventuras como bonecos de massinha.
Sobre a possibilidade de a série virar filme, seu criador, Dan Harmon, respondeu em entrevista ao site SplitSider em junho deste ano: “Não consigo pensar na possibilidade de escrever um filme até ter saudades de ‘Community’“.
Aqui, a série segue sendo exibida pelo canal Sony, de segunda à sexta, às 14h.
Elogiado pela crítica ao longo de seus três anos, a série da comediante de origem indiana Mindy Kaling não voltará para uma quarta temporada. Ao menos, não na Fox, seu canal de origem nos Estados Unidos.
Na leva de programas ressuscitados, “Mindy Project” deve ganhar sobrevida no serviço de vídeo sob demanda Hulu, por pelo menos duas temporadas (26 episódios). A mudança permitirá dar uma continuação à trama que ficou em aberto.
Segundo a revista “Variety”, a série sobre uma ginecologista atrás de amor em Nova York estreou com uma audiência de 4,6 milhões de pessoas em setembro de 2012. Neste ano, o número caiu para 2 milhões.
No Brasil, é possível ver a sitcom terças-feiras, às 19h, no canal TBS.
A série americana mais novela mexicana da TV também chega ao fim. “Revenge” foi cancelada pela emissora ABC após quatro temporadas e muito drama -o último episódio tinha como título “Two Graves” (dois túmulos).
O fim era premeditado há alguns meses, desde a morte de uma personagem chave. Nas últimas semanas de vida do programa, a ABC exibiu propagandas dizendo aos fãs para “estarem lá nos últimos quatro episódios”.
“Revenge” é uma espécie de versão contemporânea de “O Conde de Monte Cristo” (romance de 1844 escrito por Alexandre Dumas) e conta a história de Amanda Clarke (Emily VanCamp), uma jovem buscando vingar a condenação injusta do pai por um crime que ele não cometeu.
A quarta temporada é exibida no Brasil pela Sony, quarta-feira, às 21h30.