O sobrado no bairro da Vila Mariana, região Centro-Sul de São Paulo, abriga dois cenários de “A Lei”, nova série policial brasileira do canal Space, com estreia prevista para o início de 2017. Um deles é a sede de uma emissora de Belém. A outra, uma delegacia de polícia, também da capital paraense. Neste último ambiente, Guilherme Fontes e Adriano Garib estão frente a frente para gravar uma sequência sob a direção de Tomás Portella. Fontes, de volta à TV depois de quase dois anos (seu último papel foi na novela “Boogie Oogie”), faz o papel de Silas Campello, um âncora de programa sensacionalista. Garib interpreta o irmão dele, Edinho, policial inescrupuloso que ‘vaza’ ao apresentador dicas de ações supostamente sigilosas.
“Esse tipo de situação é bem recorrente no Brasil. Estamos todos gritando contra a corrupção, mas todo mundo tem carteirinha de estudante falsa, todo mundo sonega imposto e todo mundo vai pra (avenida) Paulista gritar contra a roubalheira. Tem um universo dentro da série que trata a corrupção sem nenhum questionamento moral. Isso é muito interessante”, observou Portella, que divide a direção com o uruguaio Adrián Caetano.
Com dez episódios de 46 minutos cada, “A Lei” acompanha a ascensão meteórica de Silas e sua transformação de repórter policial em candidato a um cargo público. Outros personagens são os detetives Roberto Moreira e Soares, interpretados respectivamente por Ravel Cabral e André Ramiro. Eles investigam o sumiço de diversas garotas, que os leva ao apresentador e a seu irmão. O elenco traz ainda Fulvio Stefanini, Mel Lisboa, Paulo Miklos e Jonathan Haagensen.
Fontes e Portella buscaram referências de cenário e gestual em programas de apresentadores contemporâneos, como Marcelo Rezende (Record) e José Luiz Datena (Band), este último chegou a anunciar sua candidatura à prefeitura de São Paulo, para desistir em seguida. Mas o ator diz que buscou inspiração de um personagem “de outra época”:
“São figuras comuns na nossa sociedade, mas nunca me imaginei fazendo um personagem assim. É impressionante como eles têm poder sobre o público. Para fazer o palhaço de “Chatô”, me inspirei em Chacrinha e Silvio Santos, mas aqui me lembrei de Flávio Cavalcanti, muito popular nos anos 1960 e 1970”, disse o ator.
Contas de “Chatô”
Aliviado desde que o Tribunal de Contas da União (TCU) aceitou rever recurso contra “Chatô”, o que pode livrá-lo de devolver aos cofres públicos cerca de R$ 50 milhões (em valores corrigidos), Fontes tem planos de investir mais em TV e cinema, como diretor e ator. Um dos projetos é um seriado sobre a ação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e o outro, um filme sobre uma religião que aparece em um cenário pós-apocalíptico, em 2083.
“Esse pesadelo todo, de me chamarem de aproveitador, acabou. Espero que agora me usem como exemplo de como fazer as coisas direito”, desabafou Fontes, com tom de página virada.
Como Bolsonaro se prepara para reagir ao indiciamento por suposto golpe
Corte de gastos do governo: quais as medidas que Haddad pode anunciar nesta quarta
Mentor do golpe ou quem o impediu: as narrativas em torno de Bolsonaro após indiciamento
“Era atendimento religioso”, diz defesa de padre indiciado com Bolsonaro