• Carregando...
Cena de “Girls”, série criada por Lena Dunham que retrata os dramas de jovens bem-nascidas. | Mark Schafer (HBO)/Divulgação
Cena de “Girls”, série criada por Lena Dunham que retrata os dramas de jovens bem-nascidas.| Foto: Mark Schafer (HBO)/Divulgação

Hannah Horvath é a voz de toda uma geração. A protagonista da série “Girls”, da HBO, é uma aspirante a escritora que, como muitos jovens de 20 e tantos anos, não sabe o que fazer da vida.

Após seus pais anunciarem que não bancariam mais suas ambições literárias, ela se vê às voltas com as agruras da fase adulta.

Criada e estrelada por Lena Dunham, a trama se passa numa efervescente Nova York.

Marnie (Allison Williams), Jessa (Jemima Kirke) e Shoshanna (Zosia Mamet) são as amigas nem tão inseparáveis assim que encarnam, junto de Hannah, os dramas da Geração Y.

Filha de Obama faz estágio na série

Filha mais velha do presidente Obama já foi assistente de produção na série ‘Extant’, da CBS

Leia a matéria completa

Recém-saídas da faculdade (ou da rehab), elas têm de arranjar empregos, superar rejeições amorosas, levar o lixo para fora. E ninguém avisou que seria tão difícil.

Prepare-se para ver cenas de sexo realistas – nada de pés em ponta ou gemidos calculados – e nudez não fetichizada. Com uma naturalidade desconcertante, Hannah aparece com pouca ou nenhuma roupa. Seu corpo comum, com celulites, dobrinhas e tatuagens, passa a bem-vinda mensagem da autoaceitação.

O realismo não para por aí. Não se trata das desventuras de uma heroína sem defeitos. Hannah é humana e por isso tão verossímil. Desperta no espectador identificação e admiração, mas também decepção e raiva.

O individualismo é outra face dos tempos de hoje retratada no programa. As personagens até têm lapsos de empatia e solidariedade, mas, no geral, estão mais preocupadas é com seus umbigos.

“Girls”

As quatro temporadas da série “Girls” estão disponíveis para assinantes do canal pago HBO, nas opções HBO GO e HBO On Demand. Às vezes, há também reprises dos episódios da série no HBO Signature, mas é preciso consular a programação na página do canal.

Antenado como um bom millennial, o seriado traz à tona discussões em voga fora da tela. Como o debate sobre machismo, presente inclusive no meio literário. Lá pela quarta temporada, Hannah questiona: por que a trilogia “Cinquenta Tons de Cinza” é evocada quando uma mulher escreve sobre sexo, mas Philip Roth, Henry Miller e tantos outros homens são incensados por abordar a mesma temática?

Um episódio antes, a protagonista narra uma passagem de sua vida pessoal a uma colega, que a interrompe dizendo “TMI”, a sigla para “Too Much Information” (algo como “informação demais” ou “não quero saber mais sobre isso”).

Hannah retruca: “Isso é um conceito tão ultrapassado, não existe isso de ‘informação demais’. Esta é a era da informação”. De fato, quando tudo está a uma busca no Google de distância, qual o sentido de haver tabus ou assuntos proibidos? Sem pudores ou rodeios, “Girls” fala de aborto, eutanásia, transtornos psicológicos e relacionamentos abusivos.

Mas engana-se quem pensa que a série é densa, pesada. Prova do contrário é que, dentre vários prêmios, faturou um Globo de Ouro na categoria de comédia, em 2012.

Com a quinta temporada no forno, “Girls” garante entretenimento com conteúdo, e, de quebra, ótima trilha sonora, assinada por Michael Penn. Os 30 minutos de duração dos episódios passam voando – e fazem querer mais.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]