“Making a Murderer” (“fabricar um assassino”) é uma série em formato de documentário com dez episódios de mais ou menos uma hora cada um, produzida pela Netflix e já disponível no serviço de streaming.
Nela, conhecemos o caso de Steven Avery, americano preso por 18 anos graças a um crime que não cometeu. Avery, no entanto, foi novamente acusado de assassinato, e revelar mais do que isso pode soar como spoiler, algo incrível para um documentário – afinal, os fatos existem e são públicos.
O formato serializado permitiu à série a classificação de “viciante” e “irresistível”, adjetivos nem sempre próximos do formato documentário (justiça seja feita, nem por culpa do formato em si — a escolha por dez episódios ao invés de um filme, particularmente, é o que oferece singularidade à produção).
Xerife reclama de distorção em “Making a Murderer”
Em entrevistas a sites norte-americanos, oficial do condado de Manitowoc diz que série documental do Netflix manipula fatos do caso de Steven Avery
Leia a matéria completaDessa forma, a série pode ter se tornado o primeiro documentário registrado como exemplo sério de binge-watching, aquele comportamento de assistir a vários episódios de uma vez só.
Um dos aspectos mais comentados de “Making a Murderer” é a maneira com que expõe a fragilidade do sistema judiciário americano, carregando a questão geral sobre até que ponto é possível, afinal, fabricar um assassino.
Desde que foi lançada, a série tem acumulado depoimentos de quem simplesmente não aguentou acompanhar todos os episódios, pois a realidade – ou, ao menos, o que o documentário nos apresenta como realidade – pode ser incrivelmente cruel, a ponto de afastar espectadores acostumados com floreios fictícios.
Série mostra que há fatos impressionantes à espera de mediação
Como qualquer produto chamativo na cultura popular – documentários não escapam à regra –, “Making a Murderer” renovou o interesse na vida de Steven Avery, fazendo renascer com mais força do que nunca a curiosidade pelos casos em que ele esteve envolvido.
Leia a matéria completaDiante da afobação narrativa de nossos tempos – mal dá tempo de Steve Jobs morrer e já saem não um, mas dois filmes de largo orçamento contando a sua história –, “Making a Murderer” é uma exceção.
O seriado “Making a Murderer”custou mais de dez anos de produção às criadoras Moira Demos e Laura Ricciardi e rema contra a corrente – quem sabe inaugurando a sua própria –, além de marcar mais um ponto para a Netflix, que bancou o projeto após recusas das emissoras PBS e HBO.
Em uma decisão notável, a Netflix disponibilizou o primeiro episódio inteiramente no YouTube, ratificando a crença de que a primeira parte do vício é sempre grátis. Frente às críticas extremamente positivas ao lançamento, não há como duvidar do sucesso da empreitada.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura