Com a elogiada série “Demolidor”, cujos episódios foram liberados em abril deste ano, a Netflix deu um passo para mostrar que as narrativas fantásticas do universo dos super-heróis não precisariam ficar confinadas no colorido nicho de diversão para toda a família no qual a Marvel tem operado desde “Homem de Ferro” (2008).
Com “Jessica Jones”, adaptação de uma personagem bem menos conhecida fora do público leitor de quadrinhos, com episódios disponíveis a partir desta sexta-feira (20), a aliança Marvel/Netflix pode ter dado mais dois passos pioneiros: avançou rumo a um terreno sombrio, no qual os poderes e as fantasias são acessórios e o drama é mais contundente, e entregou o comando de uma de suas principais séries a uma protagonista feminina complexa e não apenas acessória ou apagada dentro do quadro maior.
10 palavrinhas sobre “Jessica Jones”
Protagonista de série que estreia na Netflix tem traumas do passado e um inimigo que controla mentes
Leia a matéria completaNão estranhe por não ter ouvido falar até hoje de Jessica Jones. A personagem é recente, foi criada em 2001 pelo escritor Brian Michael Bendis e estreou em um selo experimental criado pela Marvel apenas para leitores maiores de idade, permitindo abordagens mais cruas de violência e sexo. Nos quadrinhos, embora tenha um conjunto vago de superpoderes, como superforça e uma capacidade errática de voo, Jessica abandonou a carreira de super-heroína e aproveita suas habilidades no ramo da investigação particular.
Com a liberdade proporcionada pelo caráter menos amplo da audiência de um serviço de streaming, a série é bastante fiel ao espírito do material original, indo a territórios nos quais outras produções da Marvel nunca estiveram.
Interpretada pela atriz Krysten Ritter, mais conhecida como a vizinha de Jesse Pinkman em “Breaking Bad”, Jessica toca sua pequena agência de detetives em Nova York enquanto afoga um trauma do passado em bebida, cinismo e sexo casual.
O trauma atende pelo nome de Killgrave, um inglês cruel e de maneiras afetadas vivido por David Tennant (a 10.ª encarnação do Doctor Who), com quem Jessica topou no passado.
Embora não seja uma ameaça física para uma mulher capaz de levantar um carro, Killgrave (que nos quadrinhos é conhecido pelo ridículo nome de Homem-Púrpura, algo que a série faz bem em ignorar) é capaz de controlar a mente de qualquer pessoa, obrigando-a a fazer qualquer coisa – e Jessica foi dominada por ele no passado, o que faz a trama da série uma metáfora desconcertante para a violência contra a mulher.
Killgrave é também o elo entre Jessica e outro personagem que deve ganhar série própria pela Netflix, Luke Cage (Mike Colter). A produção se destaca pelo tom de noir urbano, em que Killgrave sobressai a princípio como uma ameaça invisível e depois como um stalker obsessivo.
A presença de Carrie-Anne Moss como a ambiciosa advogada Jeryn Hogarth (que nos quadrinhos é um homem chamado Jarry Hogarth) seria uma ligação para a futura série do Punho de Ferro, embora a Marvel talvez adie a produção em favor de uma série solo do Justiceiro.
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