Paulo Betti como Téo Pereira| Foto: Globo/Renato Rocha Miranda

Durante uma caminhada rotineira, ser surpreendido e convidado por um grupo de catadores de lixo para fazer fotos é apenas uma das comprovações de que o personagem que Paulo Betti faz na novela "Império" é um sucesso. No ar como o jornalista de celebridades Téo Pereira, o ator atrai todos os holofotes quando encarna o blogueiro maldoso com suas tiradas bem-humoradas e seus bordões que já caíram no gosto popular. "A repercussão tem sido excelente. Em qualquer lugar, as pessoas se aproximam e dizem que estão se divertindo", revela ele.

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Aos 61 anos, o ator comemora a nova fase e confessa que tem lido mais colunas de fofoca para se inspirar. "Claro que eu sei que a maldade atinge pessoas e que, às vezes, é brutal, mas elas são também muito bem-humoradas. Eu mesmo já fui vítima de diversos jornalistas", confessa. No caso de Téo, causar estragos na vida alheia parece ter um sabor especial. E ele não tem nenhum escrúpulo para conseguir o que deseja.

Quem afirma isso é o próprio intérprete do personagem: "Ele é apaixonado pelo Cláudio (José Mayer) e não suporta ser desprezado por ele. Por isso, só pensa em se vingar. Ressentimento é o que o move". Para os próximos capítulos da trama são aguardadas as cenas em que Téo tornará públicas as provas de que Cláudio é gay.

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Leia a entrevista completa.

Como você explica o sucesso de seu personagem?

PAULO BETTI - A repercussão tem sido excelente, em qualquer lugar as pessoas se aproximam e dizem que estãose divertindo com o Téo. Outro dia, eu estava fazendo uma caminhada, o caminhão do lixo parou e tive que tirar fotos com todos os lixeiros. Isso é o que nos dá prazer ao fazer um personagem como esse! Também tenho um sobrinho de 50 anos, o João, que vive em Votorantim, interior de São Paulo, e é gay. Ele me ligou, coisaque raramente faz, para me dizer que estava adorando o personagem.

E como tem sido interpretar esse jornalista interessado em fofoca?

PAULO - A fofoca, segundo o livro de José Angelo Gaiarsa, "Tratado Geral sobre a Fofoca" (ed. Summus), é um fator muito importante na vida das pessoas, pois 80% do que elas falam é fofoca e a fofoca é o policial do status quo. Ao mesmo tempo, é muito atraente: quem não gosta de fazer fofoca? Quando as pessoas se reúnemnos botecos, na balada, falam do quê? Do custo de vida? Da situação política do país? Não, elas falam mal da vida alheia. Quando duas pessoas se juntam para falar mal de uma terceira, elas estão cada vez mais íntimas e cúmplices. Os blogs de fofoca são um terror delicioso! (risos)

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E você, Paulo, se preocupa com colunas ou colunistas de fofoca?

PAULO - Agora que estou fazendo o personagem estou lendo diversas colunas e acho muito divertido. Claro queeu sei que a maldade atinge pessoas e que, às vezes, é brutal, mas elas também são muito bem-humoradas. Eu mesmo já fui vítima de diversos jornalistas.

Na sua opinião, o que Téo é capaz de fazer para atingir seus objetivos?

PAULO - O Téo não tem escrúpulos e fará tudo para escancarar a vida de Cláudio (José Mayer). E, ao mesmo tempo, se julga um justiceiro da moral e dos bons costumes ao tirar o amigo de infância do armário.

E a paixão dele por Cláudio? Ainda existe?

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PAULO - Ele é apaixonado pelo Cláudio e não suporta ser desprezado por ele. Por isso só pensa em se vingar.Ressentimento é o que o move!

Como você tem feito para criar os bordões dele? Já estão no roteiro?

PAULO - Sim. Os bordões e as falas engraçadas estão todos no roteiro. Os autores devem se divertir muito escrevendo, pois estão muito afiados. Adoro o humor maldoso (risos). Vez ou outra, coloco um "caquinho" (risos).