Suzy Rêgo| Foto: Globo/Renato Rocha Miranda

Os casos extraconjugais sempre fizeram parte das novelas. Mas, em "Império", novela das 21h da Globo, Suzy Rêgo tem a oportunidade de experimentar um tipo de relação que, normalmente, não se vê na televisão. Na trama de Aguinaldo Silva, a atriz interpreta Beatriz, uma mãe de família que, por amar intensamente o marido, Cláudio (José Mayer), aceita o fato de ele manter um romance há dez anos com o jovem aspirante a ator Leonardo (Klebber Toledo).

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A situação pode até ser considerada inusitada por muitos, mas Suzy tenta enxergá-la com naturalidade. "As pessoas estabelecem os acordos que são capazes de aceitar e de fazê-las felizes. A relação entre os dois é transparente e de extrema cumplicidade e parceria. Beatriz é uma mulher que apoia o marido em qualquer aspecto e isso me cativa", afirma a atriz.

As cenas de Beatriz mostram que ela sempre soube, desde quando começou a namorar Cláudio, que ele se interessava por rapazes. Mas a paixão pelo cerimonialista sempre foi mais forte do que qualquer incômodo ou insegurança que a condição pudesse trazer, principalmente depois do nascimento dos dois filhos, Enrico (Joaquim Lopes) e Bianca (Juliana Boller).

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Suzy diz que não sabe qual será o desfecho da relação atípica entre Cláudio e Beatriz, mas duvida que sua personagem vá fraquejar no apoio ao marido. Mesmo quando o caso homossexual dele for descoberto pelos filhos.

Na trama, Enrico já se mostrou homofóbico, enquanto Bianca parece ser mais favorável à diversidade sexual, levando a crer que será uma grande aliada dos pais quando a situação de Cláudio se tornar, de fato, pública. "Estou adorando descobrir tudo aos poucos. Recebo os capítulos e me sinto mesmo uma telespectadora "

Para mostrar total interação entre a família e reforçar a ideia de casamento sólido entre Beatriz e Cláudio, Suzy participou de algumas leituras com o grupo e a direção da novela. "Foi um processo ótimo, com cenas bem legais. Desde o início, a ideia sempre foi enfatizar esse cotidiano feliz da casa", fala a atriz

Instinto materno

Aos 47 anos, interpretar uma mulher com filhos de 28 e 18 anos é visto com tranquilidade pela atriz, mesmo sendo uma realidade distante da que ela vive. Fora da ficção, Suzy é mãe dos gêmeos Marco e Massimo, 5. "Deixei para engravidar depois dos 40, mas convivo com amigas que têm uns galalaus em casa", brinca. Ela também cita como referência o contato próximo com a irmã, Yany Rêgo, 40, que foi mãe aos 15.

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Casada com o também ator Fernando Vieira e moradora de São Paulo, Suzy está se dividindo na ponte aérea para gravar "Império" no Rio de Janeiro. E diz, com certo orgulho, que nem assim precisa de uma babá fixa. "De vez em quando, só para dar um apoio, chamamos uma babysitter", comenta.

Para garantir tranquilidade enquanto trabalha na capital fluminense, a atriz conta com o auxílio do marido e, sempre que consegue um espaço maior de folga, corre para casa. "Nós nos revezamos e dá certo. Meus filhos são novinhos, mas já sabem que a mãe trabalha em outra cidade e precisa pegar avião", conta.

Apesar de saberem sobre o trabalho da mãe, Marco e Massimo não assistem às suas cenas em "Império". Suzy nem tem certeza de que os meninos sabem exatamente que ela é atriz. "Hoje em dia, todo mundo se grava e se assiste (por celular e/ou tablet). Então, para eles, todos aparecem na TV", compara.

No entanto, Suzy conta que já teve de explicar aos gêmeos uma cena que ambos viram na novela "Amor Eterno Amor" (Globo), quando interpretava a ciumenta Jaqueline. "A personagem estava chorando e perguntaram o que tinha acontecido. Expliquei que era de mentirinha e eles questionaram se o 'moço' tinha brigado comigo", lembra, às gargalhadas, de uma sequência gravada com Marcelo Faria.Reprise

Paralelamente ao trabalho em "Império", Suzy tem feito questão de assistir, sempre que pode, suas cenas na novela "A Viagem" (Globo), que o canal pago Viva reprisa atualmente.

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Na trama, gravada em 1994, ela interpreta a batalhadora Carmem, uma jovem que se enfeia para trabalhar na locadora de Diná (Christiane Torloni). Tudo porque a patroa não suporta ver mulheres bonitas ao redor do marido, Téo (Maurício Mattar). "Tenho lembranças lindas dessa época. Gravávamos com muita alegria, porque não faltava quem fizesse a gente rir. Além da Nair Bello (1931-2007), eu me divertia bastante com as piadas do Miguel Falabella", recorda.