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Elenco de “Tá no Ar” em coletiva de lançamento da nova temporada | Paulo Belote/TV Globo/Divulgação
Elenco de “Tá no Ar” em coletiva de lançamento da nova temporada| Foto: Paulo Belote/TV Globo/Divulgação

O deboche do universo da televisão continua na terceira temporada do “Tá no Ar” (Globo), que estreia nesta terça (19), às 23h20, na RPC. O humorístico também não se furta de mencionar marcas como o achocolatado Toddynho em um de seus esquetes, o “Jardim Urgente”.

Nem de aludir à marca de iogurte Activia, que aparece subvertida em uma cena com Marcelo Adnet, um dos protagonistas e redator-final da atração com Marcius Melhem.

Ele dá uma colherada em um potinho semelhante ao do original, enquanto uma voz anuncia: “Activista: regula a ligação entre o intestino e a boca, fazendo você cagar regra todo dia, a hora que quiser”.

Fazer piada com marcas não é novidade: na temporada de 2014, a zoeira do “Tá no Ar” também passou por produtos como o jogo de tabuleiro War.

A ousadia, porém, pode custar à atração. Apesar do sucesso entre a crítica e de público (a segunda temporada da atração foi líder de audiência em seu horário e vista, em média, por 871 mil lares na Grande São Paulo, segundo o Ibope), o humorístico não tinha patrocinadores até segunda (18), de acordo com profissionais do mercado publicitário.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Globo negou a falta de patrocínio para o programa: “A informação não procede. A estreia da terceira temporada do programa reforça tanto a relevância na grade da Globo quanto a relevância comercial da atração.”

Não informou, no entanto, quais empresas haviam comprado cotas do “Tá no Ar” --disse que a empresa não abre detalhes do plano comercial.

Publicidade é diferente de patrocínio. Anunciantes costumam comprar espaço nos intervalos das emissoras em certos horários, independentemente do que vai ao ar. Já o patrocinador tem privilégios, como o direito de aparecer nas chamadas --por exemplo, quando o canal anuncia um certo programa como sendo um “oferecimento” de determinada empresa.

Novos limites

Segundo os criadores, a emissora não impõe limites, tanto no que diz respeito à alusão de marcas quanto à de conteúdos de outros canais.

“Havia assuntos que eram comentados, mas estavam fora da tela da Globo”, diz o diretor do programa, Maurício Farias. Por exemplo, seriados da TV americana que se tornaram sucesso no Brasil. Haverá paródias de “House of Cards” (Netflix) e “Walking Dead” (Fox). “As séries passaram a fazer parte da realidade do nosso público”, ele comenta, dizendo que o “Tá no Ar” reflete a TV “tal como ela é”.

“Em relação a marcas, obedece um conceito que discutimos muito com a emissora: a repactuação desse tipo de humor com a sociedade, para que ela se veja representada na tela”, conta Melhem.

O humorista exemplifica: “A gente fala de Starbucks, Toddynho, coisas que não se falava. E você [na vida real] fala, de graça, sem o Toddynho pagar. Se começa a tirar rótulo de cerveja [na TV], falar achocolatado, fotocópia e lâmina de barbear, você não fala como a sociedade.”

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