The Americans ainda não havia encerrado sua terceira temporada quando o canal FX anunciou a quarta, que será exibida nos EUA no primeiro semestre do ano que vem. Cada vez mais prestigiada pela crítica, a trama de espionagem que tem a Guerra Fria como pano de fundo já se firmou como uma das melhores séries da atualidade. Falta os representantes da emissora no Brasil se darem conta: encerrada no último dia 22 nos EUA, a terceira temporada ainda não tem data para começar por aqui. Pelo menos, as duas primeiras podem ser vistas em DVD. No Netflix, você encontra apenas a primeira.
Em The Americans, muita coisa acontece em pouco tempo. A primeira temporada começou em 1981, logo após a eleição do presidente conservador Ronald Reagan. A terceira termina em 8 de março de 1983, data do célebre discurso em que Reagan chama a então União Soviética de “Império do Mal”, reforçando sua política anticomunista de reaquecimento da Guerra Fria.
Nesse período, acompanhamos o dia a dia de um pacato (só que ao contrário!) casal de agentes de turismo vivendo nas cercanias de Washington. É que Elizabeth (Keri Russell, a atriz da série Felicity) e Philip Jennings (Matthew Rhys, de Brothers & Sisters) são na verdade espiões russos que, depois de pôr os dois filhos para dormir, encarnam agentes infiltrados capazes dos serviços mais sujos – e difíceis.
Série
Os 13 episódios da primeira temporada estão disponíveis no Netflix. Em DVD, no Brasil, é possível encontrar a primeira e a segunda temporadas.
Disfarces
A construção visual tem algo de soturna, e os códigos do suspense são manipulados com habilidade, o que dá à série um caráter de thriller envolvente e eletrizante – ainda que com doses moderadas de sangue, tiros e perseguições, o que vai na contramão das tendências mais exploradas do gênero.
O contexto histórico é determinante, mas não há a abundância de referências vistas, por exemplo, em Mad Men. The Americans, nesse sentido, tem algo de Masters of Sex: sabemos tudo o que é preciso saber sobre o assunto em questão, na época em questão – o que já é suficiente para entender muita coisa além da trama, mas sem o fetiche daquele jogo de adivinhação sobre cada elemento dos figurinos e da cenografia. Não que isso não seja um ponto alto de The Americans. Acompanhar os disfarces que o casal usa é um dos maiores baratos da série.
O desenrolar da trama só a fez melhor. A dupla de protagonistas parece cada vez mais segura, e os roteiros, cada vez mais concentrados naquilo que interessa, ou seja, o significado das missões da dupla. A invasão soviética no Afeganistão e a intenção, de parte dos russos, de ampliar a ação dos espiões nos EUA a partir de novas gerações de infiltrados são cada vez mais o centro das atenções.
Ganho duplo: a tensão política aumenta, e a relação do casal com os filhos, particularmente a mais velha, Paige (Holly Taylor), ganha outra dimensão. Se você já chegou ao fim da segunda temporada, pôde sentir o quão promissora parece ser a terceira. Saiba que ela cumpre a promessa.
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