Camila Queiroz: meiga demais para um papel tão forte, atriz novata demonstra insegurança.| Foto: Estevam Avellar (Globo)/Divulgação

Ofensa a donos de agências e a modelos, que têm contestado a realidade estereotipada mostrada na trama, “Verdades Secretas” vem conseguindo segurar as pontas da audiência na Rede Globo. O sucesso relativo levou a emissora a colar a exibição da novela ao folhetim das 21 horas, “Babilônia”, que não consegue se livrar do rótulo de fracasso.

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A novidade de antecipar a trama e colocá-la antes dos seriados semanais, como “Tapas e Beijos” e “Chapa Quente”, surpreendeu, inclusive, muitos telespectadores que viram a programação convencional da emissora mudar de uma hora para outra. Ainda não há uma previsão se essa estratégia deve continuar.

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O bom desempenho da trama das 23 horas, que tem se mantido na casa dos 19 pontos de audiência, encontra refúgio na abordagem original do tema e no desembaraço com que a história é conduzida – característica própria de Walcyr Carrasco, que causou com o primeiro beijo gay da tevê (lembram de “Amor à Vida”?).

Mostrar uma realidade escondida pelas brumas do glamour das passarelas é um ponto de vista inédito e deixa claro para o público que a profissão de modelo é tão intransigente como qualquer outra. Fama e badalações são para poucos, ainda que a prostituição no ramo também o seja.

Embora a decisão de tocar na ferida da atividade tenha contrariado muitos profissionais, a ideia vingou. Primeiro porque traz à tona a velha história da moral corrompida: a boa moça do interior precisa ajudar a família em ruínas e, para isso, cai nas graças do poder e deixa para trás a pureza e os bons sentimentos que tem de melhor. Uma receita que não falha.

Um segundo aspecto é a estratégia bem pensada (economicamente falando) de embarcar na onda do momento e explorar o erotismo. Mesmo que frívola, a abordagem tem rendido comentários e adeptos, que esperam encontrar na novela uma aproximação com “50 Tons de Cinza”.

Mas, se é para escolher um ponto fraco de “Verdades Secretas”, ele está no elenco. Fora uma atuação e outra, como de Drica Moraes (Carolina), do próprio Rodrigo Lombardi e de Marieta Severo no papel da agenciadora Fanny (o primeiro papel da atriz na televisão depois de quase uma década e meia como a Nenê, de “A Grande Família”), pouca gente se salva.

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E isso inclui a novata protagonista da trama, Camila Queiroz (no papel de Angel), recém-saída das passarelas paras os estúdios. Meiga demais para um papel tão forte e crua demais para um papel tão importante, ela deixa transparecer claramente a insegurança, o que causa certo estranhamento.

Mesmo assim, a atuação dela não é considerada das piores e até um fã-clube foi montado para comentar as cenas da menina, que, mesmo em atuação frustrante, já é considerada a nova “Lolita brasileira”.