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Na tarde deste último sábado (6), o Auditório Brasílio Itiberê foi palco da penúltima apresentação de "Ao Som de um piano Blues", espetáculo que faz parte da mostra Fringe do Festival de Teatro de Curitiba. A peça, que originalmente foi montada para ser um trabalho de conclusão do curso de artes dramáticas, do Colégio Estadual do Paraná, não teve patrocínio ou venda de ingressos – a entrada é gratuita. Dirigida por Jaqueline Valdívia e estrelada por Rafael Luz, Grasiele Schroeder, Fabio Godoy, Maria Line, Carol Rosa e Franklin Guanais, o drama baseia-se na peça de Tennesee Willians "Um bonde chamado desejo", pela qual ele recebeu o Prêmio Pullitzer de 1947. Em dezembro desse mesmo ano, a peça estreou na Brodway e foi estrelada por Marlon Brando e Jessica Tandy.

"Ao Som de um Piano Blues" conta a história de Blanche Dubois, uma mulher desiludida e decadente, que sai do interior e vai à Nova Orleans para encontrar sua irmã Stella. Ao chegar, Blanche se depara com um ambiente urbano e com o apartamento de apenas dois cômodos de sua irmã, o que a choca. Stella é casada e espera um filho de Stanley, um polonês rude e, em certos momentos, até violento. Blanche entra em atrito com a personalidade de Stanley e Stella se vê num impasse: ficar ao lado da irmã, ou do marido?

O pequeno palco do Auditório Brasílio Itiberê ficou ainda menor com a ótima interpretação dos atores curitibanos. Grasiele Schroeder dá vida à Blanche e, com todo o drama e a intensidade que a personagem merece, provoca nos espectadores emoções que variam desde a raiva até a piedade. Rafael Luz interpreta Stanley de maneira exímia, deixando todos da plateia encolhidos em suas poltronas com as reações impulsivas e rudes de seu personagem.

No cenário, que representa o pequeno apartamento de Stella, há um piano localizado no canto, passando a primeira impressão de que não fará nada mais do que ceder à trama sua trilha sonora. Porém, o drama é quebrado quando os personagens interagem, de maneira até cômica, com aquele que está tocando o piano. Durante um de seus acessos de raiva, Stanley se dirige ao pianista: "E você pode parar de tocar isso daí!" roubando da plateia algumas gargalhadas. Num momento de depressão, Blanche, embriagada, também puxa o pianista para dentro do cenário e pede para ele tocar uma música, novamente provocando o riso da plateia. Mesmo sendo um elemento neutro dentro do cenário, o piano, que dá nome à peça, pode até ser considerado um dos personagens.

Rafael Luz conta, em entrevista ao Teia Notícias, sobre o processo de montagem da peça. "A falta de patrocínio não foi um problema por já estar tudo pronto. Como a peça já estava montada por ser o trabalho de conclusão de curso, a nossa professora Jaqueline Valdívia teve a ideia de inseri-la no festival. Eu me inspirei no meu tio para interpretar Stanley", conta o ator. Grasiele Schroeder conta ter visto as outras versões da peça, já Rafael Luz diz não ter visto nenhuma delas "para não misturar as ideias". Sobre a repercussão e a resposta do público, os atores dizem ter sido positiva. "A média de público foi boa, o auditório estava quase lotado todos os dias", falou Rafael Luz.

Ao fim, o ator pediu um minuto de atenção dos espectadores, pedindo para quem assistiu ao espetáculo recomendar aos amigos. "Quem gostou, recomende para os seus amigos. E quem não gostou pode recomendar para algum inimigo também", brincou. Na saída, havia uma caixa para quem quisesse ajudar doando alguma quantia.

Serviço

"Ao som de um piano blues" tem sua última apresentação durante o Festival de Teatro no domingo (07) às 15h no Auditório Brasílio Tiberê. A entrada é gratuita.

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