Teatro
Veja este e outros espetáculos no Guia Gazeta do Povo
Que o teatro serve para desinibir, estão aí as oficinas destinadas a adolescentes ou empresários para comprovar. Agora, um projeto usa as artes cênicas como forma de catapultar a autoestima e o nacionalismo. Começou com uma peça sobre Dom Pedro II (O Pequeno Príncipe Brasileiro), encenada em 2012 por alunos do Colégio Positivo. Como o resultado foi considerado bom, eles se preparam para estrear, neste sábado, na unidade Jardim Ambiental da escola, O Menino Que Inventou o Avião (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo), espetáculo que imagina uma infância inventiva para o mineiro Santos Dumont (1873-1932), inventor do avião (título concedido em outras partes do mundo aos irmãos Wright ou ao francês Clément Ader).
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"A gente valoriza pouco nossa cultura", disse à Gazeta do Povo Rogério Mainardes, diretor de Marketing do Grupo Positivo e criador do projeto. "Não se trata de uma pesquisa histórica, e sim de despertar a imaginação em torno de personagens que persistiram num sonho e incentivam a autoestima da nação."
O texto da peça foi encomendado a Climene Fávero, que descobriu farto material num livro escrito pelo próprio Santos Dumont, em francês: Os Meus Balões, publicado em 1904. "Ele fala em primeira pessoa sobre brincadeiras como soltar papagaio, ver o voo dos pássaros, e diz que imaginava um navio que navegaria no céu", contou Climene à reportagem.
Dotando o menino de família e amigos bem humanos, a autora criou um irrequieto garoto apaixonado pelos livros de Júlio Verne, incansável em sua esperança de ver inventos tornarem-se realidade, apesar das provocações dos amiguinhos que o consideram louco.
Montagem
No dia em que se passa a peça (20 de julho de 1883) o menino Alberto faz dez anos e ganha uma festa surpresa. Seu maior presente, contudo, é conhecer o francês Júlio Verne, que surge em carne e osso acompanhado por Bartolomeu de Gusmão, primeiro homem a voar num balão e também brasileiro.
Para interpretar os 18 personagens que movem a história, a coordenadora de teatro do Positivo, Rafaela Ricardo, selecionou e dirigiu dois elencos com 12 alunos cada um do Colégio Positivo Júnior e outro da unidade Jardim Ambiental.
Para continuar o projeto, Mainardes já imagina o próximo personagem, também um brasileiro inventivo e à frente de seu tempo, dessa vez um artista: Monteiro Lobato.