O repertório
* "A Volta do Malandro" (Chico Buarque) * "O Velho Francisco" (Chico Buarque) * "Ciranda de Bailarina" ( Edu Lobo e Chico Buarque) * "Você É Você" (Guinga e Chico Buarque) * "Logo Eu" (Chico Buarque)* "Olha Maria" (Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Chico Buarque)* "Quem Te Viu, Quem Te Vê" (Chico Buarque)* "Basta um Dia" (Chico Buarque)* "Morena dos Olhos D´Água" (Chico Buarque) * "Partido Alto" (Chico Buarque)* "Suburbano Coração" (Chico Buarque)* "Bom Tempo" (Chico Buarque)* "Beatriz" (Edu Lobo / Chico Buarque)
A paulista Mônica Salmaso é uma unamidade entre os críticos de música no país. Dona de um timbre muito particular, inconfundível para quem conhece seu trabalho, e de uma técnica vocal depurada, a artista ainda não é um nome de domínio nacional, contudo. Talvez porque não tenha se rendido à possibilidade do sucesso fácil que viria com a banalização de sua forma de encarar a música. Não costuma ter canções em trilhas de novela e jamais foi vista em programas de auditório.
Em seu segundo disco lançado pela gravadora carioca Biscoito Fino, o belo Noites de Gala, Samba de Rua, Mônica pode estar dando um passo à frente no sentido de se tornar um nome mais conhecido fora dos circulos de ouvintes mais exigentes da chamada "boa MPB". O motivo é simples: o disco é composto apenas por músicas de Chico Buarque, compositor que ela cultua e canta há tempos e com quem interpretou "Imagina" (parceria com Tom Jobim) no CD Carioca, mais recente trabalho do compositor. Sendo Chico um artista capaz de romper barreiras sociais, culturais e atárias, Mônica pode, mesmo sem ser essa sua intenção, atingir uma platéria mais ampla.
Acompanhada pelo grupo Pau Brasil, Mônica pinçou no vasto e riquíssimo repertório de Chico um conjunto de composições que, embora conversem entre si, não obedecem a uma lógica temática ou cronológica.
De uma lista de 60 canções de Chico, ela e os músicos do grupo chegaram a 14. Em entrevista exclusiva ao Caderno G, Mônica fala sobre o processo de feitura de Noites de Gala, Samba de Rua e a respeito de sua relação com Chico Buarque. Leia a seguir trechos da entrevista
Fale sobre o processo de escolha do repertório. A obra de Chico Buarque é tão ampla e complexa que não deve ter sido fácil pinçar o que você gostaria de cantar. Houve algum critério temático (cronológico ou estilístico) envolvido?Mônica Salmaso A parte mais difícil pra mim foi a escolha do repertório, uma vez que eu não queria ter nenhum critério temático ou cronológico sobre a obra do Chico. Não queria pensar neste CD como um "songbook" do Chico e sim, me sentir livre para fazer um disco meu usando como matéria-prima a obra dele. Neste sentido a participação do Pau Brasil me ajudou a pensar em músicas que eu entendia serem boas para trabalhar a partir da sonoridade do grupo. Esse foi meu único critério.Eu pré-escolhi 60 músicas pensando no Pau Brasil. Dessas, já fomos para os primeiros ensaios com algumas músicas fechadas em termos de quem faria os arranjos ("Olha Maria" Paulo Bellinati; "Suburbano Coração" e "Bom Tempo" Teco Cardoso; "Construção" e "Ciranda da Bailarina" arranjo coletivo). Conforme estas músicas foram sendo arranjadas, nós fomos retirando daquelas 60 o que sentiamos necessidade em termos de "cores" para o disco.
No último disco do Chico, Carioca, você faz um belo dueto com ele. Vocês já se conheciam antes? Ele chegou a participar em algum momento do projeto do seu novo CD?Eu não conhecia o Chico até encontrá-lo no dia do ensaio para a gravação no Carioca. Fiquei totalmente surpresa e feliz com o convite dele porque eu nunca poderia imaginar que isso fosse acontecer. Em 2004, eu tinha sido convidada para fazer um show somente com músicas do Chico para a exposição sobre ele feita na Biblioteca Nacional.
A exposição veio pra São Paulo e, dessa vez, eu fiz um show maior com a Teresa Cristina. Depois disso, fiz uma temporada no Baretto (casa paulista), também só cantando Chico. Isso virou um projeto paralelo aos shows do Iaiá que eu vinha fazendo.
Depois do convite do Chico, eu decidi que queria fazer esse projeto que, além de ser natural para mim, ainda foi uma forma de agradecer ao Chico pelo convite. Assim que tomei essa decisão, perguntei ao Chico se ele se importava com isso. Ele disse que achava ótimo e se colocou a disposição caso eu precisasse de alguma coisa.
Por que você escolheu gravar com a banda Pau Brasil, opção que deu ao CD um caráter mais camerístico, intimista até?Primeiro, porque eu queria para este disco, ter um processo de trabalho diferente dos que tive desde o CD Trampolim, com um número maior de músicos e pensando em quem convidar para tocar em cada música. Queria que o disco tivesse uma unidade sonora dada por um grupo e criar com este grupo esta unidade. Eu me utilizei da sonoridade deles para pensar na escolha do repertório. E, finalmente, eu convidei o Pau Brasil (foto), porque tenho muita afinidade musical com todos, já trabalhei com eles em diversas formações, embora nunca tivesse cantado com o grupo todo.
Inúmeros cantores já gravaram Chico Buarque e alguns dedicaram discos inteiros a ele, como Nara Leão, Fafá de Belém, Ney Matogrosso, Cida Moreira e Gal Costa (meio disco, dividindo espaço com Caetano). O que a levou a fazer essa escolha agora?Eu acho muito natural na carreira de um intérprete fazer projetos sobre determinados compositores, e tinha como certo que eu faria este projeto algum dia. Ele foi antecipado por causa do show que eu havia montado para a exposição sobre o Chico, seus desdobramentos e, finalmente, o convite do Chico para eu cantar no CD Carioca. GGGG1/2
Alta de preços deteriora popularidade de Lula no Nordeste e impõe desafio para o PT na região
Sob o comando de Alcolumbre, Senado repetirá velhas práticas e testará a relação com o governo
A diplomacia lulopetista se esforça para arruinar as relações Brasil-EUA
TRE-SP cassa mandato da deputada Carla Zambelli
Deixe sua opinião