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Paranaense de Toledo acredita que pode conseguir pelo menos um pódio na etapa de Londrina, no próximo dia 29 | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Paranaense de Toledo acredita que pode conseguir pelo menos um pódio na etapa de Londrina, no próximo dia 29| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Em uma das cenas de C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor, dirigido pelo franco-canadense Jean-Marc Vallée e em cartaz no Cine Novo Batel, o jovem protagonista Zachary Beaulieu (Marc-André Grondin), ou simplesmente Zac, aparece vestido como seu ídolo David Bowie, em uma interpretação inspirada de Space Oddity. Estamos na década de 70. Pela janela de seu quarto, vizinhos acompanham a perfomance e aplaudem – não sem uma ponta de ironia – ao final. Era a comprovação que todos esperavam: não se trata de um garoto como os outros.

O filme acompanha a trajetória de Zac, quarto dos cinco filhos da família Beaulieu, ao longo de três décadas, começando por seu nascimento, no tumultuado natal de 1960, quando escapa por pouco da morte; até os anos 80, já maduro e seguro de suas escolhas. Fugindo de clichês de filmes de época, C.R.A.Z.Y. reconstrói o tempo através de músicas, que possuem um papel fundamental na narrativa, tanto que boa parte do orçamento da fita foi gasta adquirindo os direitos autorais de artistas como Pink Floyd e David Bowie.

Zac é filho da amorosa Laurianne (Danielle Proulx), que acredita que o filho possui o dom de curar as pessoas, e do inconstante Gervais (Michel Côté, excelente), que invariavelmente encerra os aniversarios natalinos de Zac com imitações de Aznavour.

A estranheza de Zac em meio a seus irmãos – o intelectual, o junkie, o esportista e o caçula –, é percebida pelo pai, espécie de herói mítico para o garoto, e a complicada relação entre os dois se intensifica na adolescência, com a desconfiança da homossexualidade de Zac.

Longe de adotar o caminho fácil de se deter na descoberta da orientação de Zac, o diretor usa a questão para tecer uma história do amor de um pai por seus filhos, e de um filho disposto a tudo para merecer o amor do pai.

O título do filme, além de uma brincadeira com as iniciais dos cinco irmãos: Christian, Raymond, Antoine, Zac e Yvan, faz também uma homenagem ao disco da cantora americana Patsy Cline, colocada pelo pai ao lado de Aznavour no seu olimpo musical. Um delicioso jogo de referências que tempera as (sempre complicadas) relações familiares. GGGG

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