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Concerto será a estreia nacional de “Canto dos Espíritos sobre as Águas” | Fotos: Antônio More/Gazeta do Povo
Concerto será a estreia nacional de “Canto dos Espíritos sobre as Águas”| Foto: Fotos: Antônio More/Gazeta do Povo

Concerto

Camerata Antiqua de Curitiba

Capela Santa Maria – Espaço Cultural (R. Cons. Laurindo, 273), (41) 3321-2840. Dia 24, às 20 horas, e dia 25, às 18h30. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

Há cerca de dez anos sem reger na capital paranaense, o maestro Osvaldo Colarusso volta a comandar uma orquestra curitibana neste fim de semana bem à sua maneira: lançando luz sobre obras pouco conhecidas e fazendo comentários didáticos sobre o repertório.

Esta será a tônica do concerto com obras do compositor austríaco Franz Schubert (1797-1828) que a Camerata Antiqua de Curitiba apresenta amanhã, às 20 horas, e no sábado, 25, às 18h30, na Capela Santa Maria, sob o comando do regente paulista radicado há quase três décadas na capital paranaense. "Vou falar bastante no concerto", promete o maestro.

Desde 1998 um disseminador da música clássica também via programas de rádio, Colarusso destaca o tom de novidade do concerto e o fio conceitual que liga as composições selecionadas. "Deverá ser a primeira audição de ‘Canto dos Espíritos sobre as Águas’ [‘Gesang der Geister über den Wassern’] e de ‘Canto de Vitória de Miriam’ [‘Mirjam’s Siegesgesang’] no Brasil. A única mais conhecida é a ‘Missa N.º 2 em Sol Maior’", diz o regente.

A sífilis severa que acometeu Schubert em seus últimos anos de vida marcaria o clima de suas composições. "Me aprofundei na vida do Schubert, de quem sempre gostei muito, e na ideia do conflito dele com a morte", explica Colarusso. "Existe na música dele uma espécie de ponto de intervalo entre a vida e a morte."

Tal conflito ficaria claro na obra "Nachthelle" ("Brilhos da Noite’) – também uma provável estreia nacional, de acordo com o maestro. "Quando vi a poesia fiquei impressionado, porque o personagem fala que a noite é linda e pura, e que quer acabar com quaisquer amarras e mergulhar nela. A música deixa flagrante: o anseio do Schubert era se liberar por causa da doença", analisa Colarusso.

Dificuldade

A realização do programa foi desafiadora, de acordo com o maestro. Além de serem obras cujas partituras são de difícil acesso, tratamse de composições de execução vocal bastante complicada. "Foi legal ver que os solistas em todas as peças são da Camerata Antiqua. Não foi necessário contratar ninguém de fora", diz Colarusso, elogioso da atuação dos cantores do grupo.

Programa

Confira as obras que serão tocadas no concerto deste fim de semana, com informações do maestro Osvaldo Colarusso:

"Der Goldenfahrer" ("O Gondoleiro")Obra para coro masculino e piano. Composta em março de 1824, descreve a lenta agitação das águas dos canais de Veneza (Itália).

"Nachthelle" ("Brilhos da Noite")Peça para tenor solo, coro masculino e piano, escrita em 1826. O tenor solista lidera o coro masculino nesta que é uma das principais obras corais de Schubert.

"Städchen" ("Serenata") Composição para contralto solo, coro feminino e piano. Escrita em 1827, a obra foi feita sob encomenda para Anna Frölich, amiga do compositor. Descreve uma serenata em meio ao silêncio da noite.

"Mirjam’s Siegesgesang" ("Canto de Vitória de Miriam")Cantata para soprano solo, coro misto e piano. Foi escrita em 1828, ano da morte do autor. Na cantata, Miriam, irmã de Moisés, narra a fuga dos judeus do Egito e a travessia do Mar Vermelho.

"Gesang der Geister über den Wassern" ("Canto dos Espíritos sobre as Águas") Obra para coro masculino, duas violas, dois violoncelos e contrabaixo. Escrita em 1821 e com poesia de Goethe, é considerada uma das obras primas do compositor austríaco.

"Missa N.º 2 em Sol Maior"Obra para solistas, coro misto e orquestra de cordas. Schubert escreveu esta obra em cinco dias, aos 17 anos. O compositor teve que adaptar a obra a uma regra do imperador Joseph II, que não permitia missas com um grande efetivo instrumental.

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba. Colaborou: Berenice dos Santos, especial para a Gazeta do Povo.

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