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Vicente Jair Mendes pintou o quadro O Touro ao longo das gravações do documentário | Divulgação
Vicente Jair Mendes pintou o quadro O Touro ao longo das gravações do documentário| Foto: Divulgação

Estreia

A Vida de Jair

Cinemateca de Curitiba (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.174, São Francisco), (41) 3321-3310. Lançamento hoje, às 19h30, com a presença do artista. Entrada franca.

O escritor e cineasta Guido Viaro, neto do pintor ítalo-brasileiro expoente da arte moderna do Paraná, não se via mais fazendo cinema. Seu último filme foi realizado em 2002, O Quarto do Universo, uma adaptação de seu primeiro livro. Exatamente dez anos depois, ele teve a ideia repentina de filmar um pouco do cotidiano do artista plástico Vicente Jair Mendes, o que resultou no curta-metragem A Vida de Jair, que será lançado hoje, às 19h30, na Cinemateca de Curitiba, com a presença do artista.

Naquele mesmo ano, Viaro cedeu um espaço para Jair dentro do museu Guido Viaro, para que ele instalasse seu ateliê. "O aluguel do outro local tinha ficado muito caro para ele pagar. E notei que ele estava num momento de produção enorme, madura", afirma Viaro.

Foi numa situação triste que a ideia surgiu para o cineasta: na missa de sétimo dia da esposa de Jair, Maria Luiza, que morreu em 2012. "Sentei na igreja e pensei em tudo o que o filme teria, até o título veio na minha cabeça, e decidi fazer", conta. A realização, que teve produção de Max Olsen, foi totalmente independente, e Viaro bancou os custos do próprio bolso, com alguns apoios operacionais de empresas locais.

Ambientes

Três lugares foram escolhidos para representar a essência da história do artista: sua casa, seu ateliê e um bar, "já que o Jair sempre foi muito boêmio", diz Viaro. A partir dessas conversas, é possível ter uma boa dimensão do processo criativo e da grande qualidade artística do trabalho de Jair.

Essa noção fica ainda mais clara para o espectador nas cenas em que o artista pinta o quadro O Touro, feito durante as gravações. Em casa, Jair relembra da vida de casado (ele e Maria Luiza se separaram, mas depois casaram novamente). Nos bares, surgem as conversas com "causos" do meio artístico e reflexões sobre a vida.

Esse mergulho no "mundo Jair" não vem acompanhado de dados biográficos muito precisos, algo pensado de antemão, explica o diretor. "É para ser um filme universal, que fale do ser humano e da vida de forma mais etérea." A fotografia do filme (assinada por Olsen) foi trabalhada para ficar próxima do estilo artístico do pintor. "Procuramos passar muito bem essa questão das cores, de deixá-las bem fortes", salienta.

Festivais

Apesar das várias horas de material captado (mais de 15), Guido Viaro e Max Olsen optaram por realizar um curta. Segundo eles, o média-metragem tem menos espaço no mercado e em festivais, por exemplo. Os cineastas já legendaram o filme em inglês e o enviaram para diversos festivais mundo afora. Há intenção, ainda, de aproveitar o material gravado para realizar um programa para a televisão.

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