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Performance vocal do cantor continua impecável | Divulgação
Performance vocal do cantor continua impecável| Foto: Divulgação

Após a estreia em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 28 de fevereiro, Atento aos Sinais, novo show de Ney Matogrosso, chegou à capital paulista no último fim de semana, para três apresentações na casa de shows HSBC Brasil. A turnê chega ao Guairão no dia 23 deste mês.

Disposto em mesas, o público se segurou para não levantar e sair dançando ao som do repertório da nova turnê do cantor, que após quatro anos excursionando com o intimista Beijo Bandido, volta a se soltar interpretando pop-rock.

Aos 71 anos, Ney continua impressionando tanto pela forma física quanto pelo desempenho vocal – ambos infalíveis. Vestindo um colete de penas que cobria uma miniblusa prateada, combinados a uma calça justíssima com estampa de onça e botas de couro que iam até as coxas, o cantor, que neste ano completa 40 anos de carreira, deu início ao show pleiteando direitos iguais a todos com a animada "Rua da Passagem", de Arnaldo Antunes e Lenine.

Acompanhado por uma banda de músicos jovens, Ney não fez concessões e mostrou um repertório em sua maioria composto por canções antes nunca ouvidas em sua voz.

Resgatou, por exemplo, "Incêndio" do repertório da obscura banda Urge, da qual seu compositor, Pedro Luís, fez parte nos anos 1980. Da mesma década, "Vida Louca Vida", de Lobão, ganhou um arranjo menos vigoroso que o original, qualidade compensada pela forte interpretação do cantor.

Após uma breve pausa para trocar de roupa – no palco mesmo, em frente a uma plateia hipnotizada por sua figura sensual e andrógina – Ney interpretou ainda canções de Paulinho da Viola ("Roendo as Unhas"), Itamar Assumpção ("Noite Torta" e "Isso Não Vai Ficar Assim") e Caetano Veloso ("Two Naira Fifty Kobo"). Não faltaram no set list obras de novos compositores, como Dani Black ("Oração"), Rafael Rocha ("Não Consigo", do grupo Tono), Criolo ("Freguês da Meia-noite") e Dan Nakagawa ("Todo Mundo o Tempo Todo").

Sucessos desejados pelo público ficaram totalmente de fora do repertório. Na saída do show, ouviam-se lamentos de gente que gostaria de ter ouvido "Homem com H", "Rosa de Hiroshima", "Sangue Latino" e "Balada do Louco", consagrados na voz de Ney. Estes, encontraram consolo na belíssima interpretação de "Amor" (Secos & Molhados) e na chuva de bolhas de sabão que embalou a derradeira "Astronauta Lírico", de Vitor Ramil.

Atento aos Sinais é um show moderno em todos os aspectos. Dos telões de led usados com inteligência – exibem de fotos antigas do cantor a imagens que ilustram as canções – ao repertório pensado com esmero, o que se vê no palco é um artista inquieto, incomparável e extremamente atual.

A jornalista viajou a convite do Escritório Verinha Walflor.

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