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Longas-metragens

35mm- Brichos, de Paulo Munhoz (lançado nacionalmente; também com cópias digitais)

- Conexão Japão, de Talício Sirino (finalizado)

- Corpos Celestes, de Marcos Jorge e Fernando Severo (finalizado)

- Estômago, de Marcos Jorge (lançamento nacional em 2008)

- Mistéryos, de Beto Carminatti e Pedro Merege (em finalização)

- O Sal da Terra, de Elói Pires Ferreira (em finalização)

- Terra Prometida, de Pery de Canti (em finalização)

Digital

- Amadores do Futebol, de Eduardo Baggio (em finalização)

- Belarmino e Gabriela, de Geraldo Pioli (lançado no PR)

- Beloar, de Paulo Munhoz (em finalização)

- Brasil Santo, de Gil Baroni (em finalização)

- Desaparecidos, de Antonio Carlos Ferreira (finalizado)

- Heróis da Liberdade, de Lucas Amberg (finalizado)

- Made in Ucrânia – Os Ucranianos no Paraná, de Guto Pasko (lançado no PR)

- Na Era do Rádio, de Gil Baroni Marcos Avellar (em finalização)

- O Coro, de Werner Schumann (finalizado)

Em seu centenário, o cinema paranaense passa novamente por um bom momento, que pode se transformar no principal de sua história. Longas-metragens como Estômago, de Marcos Jorge, e Brichos, de Paulo Munhoz, e os curtas Satori Uso, de Rodrigo Grota, e Balada do Vampiro, de Estevan Silvera e Beto Carminatti, conquistaram, em 2006 e 2007, prêmios em mostras importantes como Festival do Rio, Festival de Gramado e Animamundi. No momento, existem 16 longas-metragens paranaenses em finalização, finalizados ou lançados nos cinemas (confira quadro abaixo). É uma bela virada em um cenário que se mostrava desalentador para a produção do estado nos últimos anos.

No final de 2002, foram finalizados e lançados 22 filmes paranaenses (entre curtas, médias e longas), graças a recursos obtidos através de um convênio com o governo do Paraná. Mas essa conquista não teve continuidade e, nos anos seguintes, muitos trabalhos foram iniciados e não finalizados, principalmente longas-metragens – poucos curtas foram apresentados no mesmo período.

Segundo Guto Pasko, atual presidente da Avec (Associação de Vídeo e Cinema do Paraná), houve fatores que contribuíram para esse retrocesso na produção, como a interrupção e revisão da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Curitiba, que não aceitou a inscrição de novos projetos por dois anos. "Mas algumas pessoas também se arriscaram muito, iniciando suas produções sem ter os recursos totais para completar as filmagens", aponta. Aconteceu também a desestruturação do Siapar (Sindicato da Indústria do Audiovisual do Paraná), que foi recuperado apenas este ano com a gestão do novo presidente da entidade, Paulo Munhoz.

Munhoz informa que conseguiu capitalizar a instituição e resgatar produtoras que haviam se desligado, além de criar um vínculo com a Fiep (Federação da Indústrias do Estado do Paraná), da qual é agora diretor. "Sou o primeiro caso, no Brasil, de uma pessoa ligada à indústria cultural que também é diretor de uma federeção de indústrias. Isso mostra que estamos amadurecendo, mas ainda nos falta a cultura do associativismo", comenta o cineasta, lembrando de um problema que sempre afetou a classe cinematográfica no Paraná: uma união maior de seus participantes. "Certos comportamentos são ruins, algumas pessoas acabam sendo um pouco egoístas, mas isso existe em qualquer lugar do Brasil. Ainda há um pouco aquela visão de realizar só o seu projeto, das coisas não serem pensadas em grupo. Mas as pessoas aqui já estão trabalhando em forma de cooperativas", opina.

É o que confirma o diretor e produtor Gil Baroni, da empresa WG7, responsável pelo longa-metragem Mistéryos, de Beto Carminatti e Pedro Merege – projeto em finalização, vencedor do segundo edital de cinema e vídeo do governo paranaense, um dos instrumentos que têm ajudado o crescimento do cinema no estado. "As parcerias e o trabalho coletivo estão acontecendo no Paraná também, mas isso tem sido pouco divulgado. Nossos projetos têm sido realizados por um grupo muito grande de pessoas, em várias parcerias com outras produtoras", diz. Ele revela que a WG7 está acertando um convênio com a Kinoarte, de Londrina, responsável pela Mostra Londrina de Cinema e pelo premiado curta Satori Uso.

Estômago

Os quatro prêmios no Festival do Rio – melhores filme pelo voto popular, diretor e ator (para João Miguel) e prêmio especial do júri para o ator Babu Santana –, atualmente a principal vitrine do cinema brasileiro, fazem de Estômago um futuro marco do cinema paranaense. O filme teve boa resposta do público e da crítica no evento carioca, e deverá ser lançado entre o fim de janeiro e início de fevereiro de 2008 (no mais tardar até abril) nos cinemas. "Todos nós devemos ter orgulho dessa obra, um trabalho nascido aqui e de alta qualidade. Se conseguir boa carreira, vai chamar a atenção para nós, mostrar ao país que sabemos fazer cinema", comenta Paulo Munhoz. "Estômago abre portas e mostra que o Paraná tem um cinema que deve ser respeitado", completa Gil Baroni.

Cláudia da Natividade, produtora do longa, diz que, depois da boa acolhida no Rio, recebeu muitas propostas de produtoras de São Paulo e do Rio de Janeiro, que se interessaram em fazer filmes no Paraná, "pelo frescor de interpretações, pela diversidade da paisagem, pela logística de produção". Segundo ela, à parte a questão do clima, Curitiba tem muitas facilidades para se filmar. "Ela é ainda pouca caótica em comparação aos grandes centros urbanos brasileiros. É uma cidade com poucos marcos indentificáveis, que pode representar qualquer lugar, pode ser Brasil, Europa. E temos pessoas muito interessadas em fazer cinema aqui, isso ajuda muita na produção", confirma.

A produtora aponta o caminho para as produções no Paraná: "As coisas têm que acontecer progressivamente. Algumas pessoas querem queimar estapas, encurtar o caminho através de politicagem e lobby. Mas se esquecem que é necessário a preparação técnica, a qualidade artística e, principalmente, trabalho, muito trabalho".

A torcida é que, agora centenário, o cinema paranaense finalmente consiga ter continuidade e sustentabilidade. É a mesma luta de todo o cinema brasileiro atual, que chega por aqui um pouco atrasada, mas finalmente parece ser o foco principal dos envolvidos na área. O futuro tem tudo para ser promissor se os passos certos forem dados.

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