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Nova York - El Estudiante, de Santiago Mitre, foi muito bem recebido nas sessões de imprensa da 49.ª edição do Festival de Nova York, repetindo o sucesso que já tinha tido no último Festival Internacional de Buenos Aires (Bafici), onde ganhou o Prêmio do Júri. O filme segue o jovem Roque, vindo do interior da Argentina para estudar na Universidade de Buenos Aires (UBA). Nesse novo cenário e sem saber bem o que fazer, ele se envolve no movimento estudantil. Num viés que oscila entre ficção e realidade, Mitre conduz sua narrativa incorporando fatos importantes da história recente argentina.

Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Mitre falou sobre as razões que o levaram a fazer El Estudiante, à opção de focar no realismo e como passagens de sua própria trajetória influenciaram o filme.

Qual a origem de El Estudiante?Eu tinha alguns questionamentos antigos em relação à vocação de um indivíduo: o que isso significa? Eu também tinha a ideia de filmar na UBA.Há algo arquitetônico lá que me interessava muito.

O filme tem relação com alguma fase de sua vida?Venho de uma família em que a maioria tem se dedicado a política, na minha casa não se falava de outra coisa. Mas eu nunca militei formalmente na universidade, embora venha de um colégio estatal muito politizado, que tinha centro de estudantes e vida política. Por outro lado, o filme é um relato de época e nisso tem vários pontos de contato com minha experiência.

Quais diretores tem influência em seu trabalho?Esta é difícil de responder, são tantos. Raymundo Gleyzer, Federico Fellini e, entre os contemporâneos, Jacques Audiard, Martin Scorsese, Michael Mann – diretores que buscam certa clareza na hora de narrar ou que tem um pé no cinema clássico.

Tem novos projetos para um futuro próximo?Estou trabalhando num projeto de ficção que retoma alguns temas deste filme. É o reencontro de dois militantes, um continua na política, o outro não. Como roteirista, estou desenvolvendo, junto com Alejandro Fadel e Martin Mauregui, o roteiro de um filme de Pablo Trapero e também um que Walter Salles filmará no Chile no ano que vem.

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