Entrevista com Aly Muritiba, cineasta baiano radicado em Curitiba
Todos os anos são produzidos milhares de curtas-metragens ao redor do mundo. Além das inegáveis qualidades estéticas de A Fábrica, o que o levou, em termos práticos, a estar entre os 11 pré-selecionados?
Não faço ideia. Mas acho que o fato de o filme ter ganho 62 prêmios ao redor do mundo já é um indicativo de que aquela história, por sua simplicidade e universalidade, se comunica muito bem com todos os públicos. Tem o fato de o filme lidar com sentimentos que todos experimentamos, que é o amor materno/paterno.
O que uma indicação ao Oscar pode significar em sua carreira?
Acho que uma indicação para um prêmio com tamanha visibilidade pode abrir portas para meus próximos projetos e pode chamar a atenção do público em geral para aquilo que estamos produzindo no Brasil.
O fato de ter sido incluído entre os pré-selecionados já teve consequências diretas?
Sim. Recebemos inúmeros convites para apresentar o filme em outros festivais, convites de agentes de vendas e até agentes querendo me representar nos Estados Unidos.
Se a indicação vier, como você imagina que será essa experiência de participar da maior festa da indústria do cinema?
Espero poder representar bem o cinema nacional. Se puder conversar com gente da indústria, bom, mas o mais bacana será tomar champanhe cara e poder botar na conta dos gringos.
Como O Palhaço, longa-metragem de Selton Mello, acabou ficando de fora do grupo de pré-selecionados ao Oscar de melhor filme estrangeiro, a única chance de o Brasil marcar presença na maior festa da indústria cinematográfica norte-americana será com A Fábrica, uma das produções que disputam uma vaga na corrida pela estatueta de melhor curta-metragem de ficção. A lista com os indicados será divulgada no fim da manhã de hoje (horário de Brasília), em Los Angeles.
Com direção de Aly Muritiba, cineasta baiano há vários anos radicado em Curitiba, A Fábrica é um dos títulos mais premiados na história do cinema no Paraná. Conta a história de um detento (Andrew Knoll) que convence a mãe a levar, dentro do próprio corpo, um telefone celular para dentro do presídio onde cumpre pena, durante uma visita. O motivo do pedido é uma das muitas grandes sacadas do curta (coproduzido pela RPC TV), que, segundo sites especializados em premiações, como o Awards Circuit, tem boas chances.
Entre os longas-metragens que estão na corrida do Oscar 2013, o drama histórico Lincoln, de Steven Spielberg, desponta como favorito em um ano em que várias produções devem obter múltiplas indicações. O épico, que retrata a luta do presidente Abraham Lincoln (1809-1865), vivido por Daniel Day Lewis (que poderá levar sua terceira estatueta de melhor ator), para abolir a escravatura nos Estados Unidos e pôr fim à Guerra Civil, tem pontos a seu favor: é o filme mais indicado ao Globo de Ouro, cuja cerimônia de entrega acontece no próximo domingo, também em Los Angeles, e aos prêmios da Bafta, academia britânica de cinema e televisão, que divulgou ontem seus indicados.
Até o momento, o único título que briga pelo favoritismo na categoria de melhor filme é A Hora Mais Escura, thriller de Kathryn Bigelow (vencedora do Oscar de melhor direção por Guerra ao Terror), sobre os bastidores da missão que culminou com a morte do líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, no Paquistão, em maio de 2011. A produção, já reconhecida por várias associações de críticos nos EUA, é estrelada por Jessica Chastain, uma das favoritas ao prêmio de melhor atriz até o momento.
Outros filmes que poderão estar entre os dez concorrentes na categoria de melhor filme, e disputar outras categorias, são o musical Os Miseráveis (de Tom Hooper), As Aventuras de Pi (de Ang Lee), Argo (de Ben Affleck), Amour (de Michael Haneke, favorito na categoria de melhor produção estrangeira), Django Livre (de Quentin Tarantino), Moonrise Kingdom (de Wes Anderson), O Lado Bom da Vida (de David O. Russell), Indomável Sonhadora (de Benh Zeitlin) e 007 Operação Skyfall (de Sam Mendes).
Reino Unido
Filme de Spielberg, domina indicações ao Bafta
Folhapress
Lincoln, de Steven Spielberg, sobre o 16º presidente dos Estados Unidos, é o grande líder de indicações aos prêmios da British Academy of Film and Television Arts, o Bafta.
O novo filme do realizador norte-americano está nomeado em dez categorias, incluindo a de melhor filme. Os Miseráveis e As Aventuras de Pi surgem logo atrás com nove indicações cada.
Na categoria de melhor filme, Lincoln concorre com Argo, Os Miseráveis, As Aventuras de Pi e A Hora Mais Escura.
Steven Spielberg, no entanto, ficou de fora na disputa de melhor diretor. Nesta categoria, o prêmio ficará entre o austríaco Michael Haneke (Amor), Ben Affleck (Argo), Quentin Tarantino (Django Livre), Ang Lee (As Aventuras de Pi) e Kathryn Bigelow (A Hora Mais Escura).
Os vencedores do Bafta serão conhecidos no dia 10 de fevereiro em uma cerimônia na Royal Opera House, em Londres, apresentada pelo ator britânico Stephen Fry. Confira a lista completa de indicações no site www.bafta.org.
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