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Literatura

Um programa legal

Sem relação com o evento ocorrido em Curitiba no ano passado, a 1.ª Bienal do Livro Paraná tem data marcada e propósito definido: entreter o público

Rogério Pereira, editor do jornal literário Rascunho, assumiu o desafio de fazer uma curadoria ampla para um público indefinido | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Rogério Pereira, editor do jornal literário Rascunho, assumiu o desafio de fazer uma curadoria ampla para um público indefinido (Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo)
Bienal do Paraná será entre os dias 1º e 10 de outubro, no Estação Convention Center |

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Bienal do Paraná será entre os dias 1º e 10 de outubro, no Estação Convention Center

A Bienal do Livro Paraná passou a existir de fato ontem de manhã quando os organizadores a lançaram numa conversa com a im­­prensa no Estação Convention Center. Entre os dias 1.º e 10 de outubro, Curitiba terá a primeira edição do evento nos moldes das bienais do Rio (já com mais de 20 anos), Bahia e Minas Gerais, não por acaso, organizadas pela mesma empresa, a Fagga. E a ideia é, dois pontos, entreter.

"Essa Bienal tem uma particularidade, que eu encaro como um desafio: fazer uma curadoria ampla, para um público que você não consegue identificar", disse Rogério Pereira, editor do Ras­­cunho contratado para pensar em escritores e temas.

Para os organizadores, a Bienal é a possibilidade de aproximar escritores e leitores. Nada de auditórios gigantescos – o objetivo é dar ao público a chance de conversar, pegar autógrafos, ver de perto e ouvir seus autores de interesse. A Bienal quer ser um programa para a família e terá espaço dedicado às crianças, além de investir na formação de leitores. Nas visitações escolares, os estudantes podem trocar o ingresso por um livro em estandes das editoras.

Detalhes mais saborosos, como a lista de convidados e os assuntos dos cafés literários devem vir a público em setembro, época em que serão acionadas outras ferramentas de comunicação – Facebook, Twitter, blog. O site já está no ar e disponibiliza algumas informações básicas, além de um mapa mostrando toda a estrutura de estandes, espaços de debate e praças de alimentação no nono andar do Convention Center. São 6 mil metros quadrados onde já ocorreram apresentações de Diana Krall, Madeleine Peyroux e outros artistas.

Essa 1.ª Bienal do Livro Paraná nada tem a ver com a 1.ª Bienal do Livro de Curitiba, realizada no ano passado no Expo Unimed da Universidade Positivo, também planejada por uma agência de eventos, a Esfera. Como não existe uma marca "Bienal", a palavra pode ser usada sem restrições. A Bienal da Fagga, que acontece em outubro próximo, tem o apoio da Fundação Cultural de Curitiba e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

Andréia Repsold, sócia da GL Events no Brasil e vice-presidente da Fagga (as duas empresas são vinculadas), disse que uma pesquisa de mercado revelou a existência de "um público leitor em potencial" no território curitibano. Em conversas com as editoras que já são parceiras na Bienal do Rio, Andréia percebeu que o Paraná é um mercado importante no país. Era estranho não ter um evento literário de peso.

Alguns números já foram aventados pela Fagga – responsável pela administração do Estação Convention Center –, que espera atrair pelo menos 200 mil pessoas, 60 expositores (in­­cluindo as principais editoras do país, como Record, Com­pa­nhia das Letras e Cosac Naify), 40 autores e oferecer mais de uma centena de opções na programação.

Só para os cafés literários, serão 30 escritores em 15 encontros, cada um contando também com um mediador. "Pela minha experiência, mais de dois autores por debate cria confusão, há quem fale demais tirando a chance dos outros", explicou Pereira. Daí a opção pelo formato dois autores e um mediador.

Os contatos começaram a ser feitos e, embora não haja nenhuma confirmação, Pereira sentiu receptividade de vários autores, entre eles, Moacyr Scliar e Ruy Castro. A primeira edição vai se concentrar nos nomes nacionais, com a proposta de reunir figuras locais – Cristovão Tezza, Miguel Sanches Neto e Domingos Pellegrini devem marcar presença – a outras importantes em estados como Piauí e Pernambuco. Convidados de outros países fazem parte dos planos para edições futuras.

Para marcar o lançamento da Bienal do Livro do Paraná, um encontro com o escritor Luiz Alfredo Garcia-Roza aconteceu na noite de ontem, apenas para convidados. O autor de O Silêncio da Chuva (Companhia das Letras) e criador do delegado Espinosa, um personagem importante da literatura policial brasileira, falou sobre a importância dos livros.

Ainda sobre a Bienal, Andréia explicou que o formato do evento não se aproxima do de feiras literárias, a atenção se concentra na programação cultural. "Queremos trabalhar o autor e o livro, criando um programa legal para as pessoas", disse. Os leitores em busca de barganhas podem encontrá-las nos estandes, mas a responsabilidade é das editoras, livrarias e distribuidoras.

Agora, com uma data definida, a Bienal paranaense tem chances de concentrar lançamentos a exemplo do que ocorre no Rio de Janeiro. Andréia já incentiva os editores a pensar nos livros que pretendem publicar durante o evento. Mais informações, em breve.

Serviço:

Na internet: www.bienaldolivrodoparana.com.br

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