As “chicas” Isadora Medella e Paula Leal (abaixo), Fernanda Gonzaga e Amora Pêra (acima): canção em tempos de crise| Foto: André Baptista/Divulgação

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Em Tempos de Crise Nasceu a Canção, poderia ser uma frase cunhada por algum pensador contemporâneo. Talvez uma maneira poética de definir o nascimento de algo bom em momentos tão incertos, como o atual. Na verdade, é o nome do DVD e CD gravados ao vivo pelo quarteto Chicas. Um barulho dos bons que o grupo feminino apresenta em Curitiba a partir de hoje, no Teatro da Caixa (veja o serviço completo dos shows no Guia Gazeta do Povo).

As cariocas Isadora Me­della, Paula Leal, e as irmãs Amora Pêra e Fernanda Gonzaga, que volta a integrar o grupo para as apresentações na capital paranaense, se conheceram em uma escola de artes da zona sul do Rio de Janeiro. Amora e Fernanda são filhas de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior, o cantor e compositor Gonzaguinha (1945-1991). Desde 1996, elas trabalham com releituras de canções de ícones da música popular brasileira. Em 1999 resolveram dar uma pausa. Mas, três anos depois, as moças voltaram aos palcos. Atualmente, além de Gonzaguinha, as Chicas têm encantado plateias de todo o país, apresentando de uma forma original composições de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil. O primeiro CD do quarteto, intitulado Quem Vai Comprar o Nosso Barulho? (2006), foi um sucesso de crítica. Com ele, o grupo venceu o Prêmio TIM de 2007 e emplacou a faixa "Geraldinos e Arquibaldos" na novela Caras & Bocas, da Rede Globo. No disco Em Tempos de Crise Nasceu a Canção, gravado em 2009, no Rio, músicas como "Divino Maravilhoso", de Gilberto Gil e "Androginismo", de Kleiton & Kledir são alguns dos destaques. Há ainda uma bela interpretação do sucesso da banda O Rappa "Me Deixa" e do "Rap do Silva" (MC Marcinho), ritmado com uma zabumba.

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Em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, a vocalista e instrumentista Paula Leal conta que as Chicas têm um cuidado especial com a escolha do repertório. "A sonoridade é importante, os arranjos vocais e instrumentais também. Mas, a escolha do repertório e a maneira como vamos apresentar uma determinada canção é o fator principal", diz. A influência da MPB é nítida no som do grupo. Os estilos musicais característicos do nordeste e norte do país também estão presentes. Porém, há bastante espaço para a experimentação. "Não necessariamente vamos usar uma zabumba para tocar baião. Para se ter uma ideia, o nome do nosso primeiro CD – Quem Vai Comprar o Nosso Barulho? – é exatamente uma brincadeira em relação a isso. Nós mesmas não sabemos como classificar nosso som", conta. Segundo Paula, o repertório dos shows que as Chicas apresentam a partir de hoje em Curitiba serão "bem na pegada" do registrado em DVD. O quarteto fará ainda intervenções com poemas de autores como Pedro Rocha e o uruguaio Eduardo Galeano.

Colaborou Dilvo Rodrigues, especial para a Gazeta do Povo.