Zezé di Camargo e Luciano se apresentam hoje e amanhã no Guairão| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Entrevista com o cantor Luciano

CARREGANDO :)

Welson David de Camargo. Ouvindo o nome assim, talvez você nem desconfie que estamos falando de um dos artistas mais populares do país: Luciano, da dupla Zezé de Camargo & Luciano, que se apresenta no Teatro Guairá hoje e amanhã em Curitiba, com o show Duas Horas de Sucesso.

Este é o segundo ano seguido que a dupla, que tem 17 anos de carreira, desembarca na cidade para se apresentar no Teatro Guaíra. A cidade, segundo o próprio Luciano, "virou um ponto de referência para o trabalho dos dois".

Publicidade

Em entrevista exclusiva concedida à Gazeta do Povo, Luciano falou do repertório do show, a relação com os fãs, convivência com o irmão e sobre cinema, uma das suas grandes paixões. Leia, a seguir, trechos do bate-papo.

Gazeta do Povo – Qual é o repertório que você irá apresentar no show de hoje e amanhã no Teatro Guaíra?

Luciano – A apresentação é uma coletânea com os nossos grandes sucessos. Se surgir a oportunidade de cantar alguma canção nova é no improviso, não tem nada planejado. Tem um momento do show em que a gente brinca com a platéia, pedindo para que eles peçam para que a gente toque determinada música. Às vezes, alguém pede alguma que a gente não lembra. Nessas horas, a gente tenta dar uma disfarçada, botando a pessoa pra cantar.

Este é o segundo ano seguido que vocês vêm a Curitiba. Qual a importância destes shows no Teatro Guaíra?

A gente sonhava fazer isso há muito tempo. Depois que fizemos a apresentação lá, no ano passado, passamos a fazer o mesmo tipo de espetáculo em outros teatros do país. Hoje o Brasil não é só Rio de Janeiro e São Paulo. É importante você se apresentar em outros locais, como Recife, Curitiba e Porto Alegre. Não adianta montar um show só para uma casa de espetáculos no Rio de Janeiro e São Paulo, e fazer algo diferente numa outra cidade. Temos que apresentar o melhor da nossa dupla o tempo todo. Curitiba não é só uma cidade modelo por sua arquitetura. O público daqui também é referência. Tocar música sertaneja num espaço como o Guaíra é uma grande conquista. Já pedi inclusive para o meu empresário reservar o Teatro Guairá por três dias no ano que vem.

Publicidade

Qual é a canção que não pode sair do repertório das apresentações de vocês de jeito nenhum?

É engraçado. A gente tem muitos sucessos, alguns que até venderam mais, que fizeram mais sucesso nas rádios, mas uma que não pode sair é a "É o Amor". Quando a gente pede para que as pessoas peçam uma música específica para cantarmos durante o show, a maioria a pede, por mais que já esteja no repertório.

Como é a relação com os Fãs-Clubes de vocês? Eles influenciam no repertório?

Hoje em dia os fãs-clubes não têm apenas os méritos de pedir músicas nas rádios, mas também de fazer comentários. Eu gosto muito de entrar em fóruns de discussão depois dos shows para ver o que eles estão comentando. Isto é muito engraçado. Se você fizer uma piada, cantar uma música nova, eles vão falar. Isto te serve de termômetro. O fã hoje em dia é um parceiro de trabalho.

Como é a relação com o seu irmão durante estes mais de 17 anos de carreira?

Publicidade

Eu até estava brincando com ele esses dias. Disse: "Zezé, a gente está numa lua-de-mel". E é uma lua-de mel-de 17 anos. Somos um casal que não divide a mesma cama. Nos últimos tempos, ele passou por um momento muito difícil, em que ele chegou a pensar que ia perder a voz. Isto foi muito dolorido para a gente. Mas ele se empenhou e venceu. Se você me pedir para lembrar uma passagem triste entre nós, eu vou dizer que não tem. É lógico que tivemos discussões, principalmente do ponto de vista do trabalho. Mas o mais importante é que depois disso as coisas saem do jeito que nós queremos. É sinal de que a gente se ouve e respeita as opiniões um do outro.

Você gosta de se ouvir cantando? Já pensou em gravar uma música sozinho?

Desde o primeiro disco eu canto, uma música ou duas. Nos shows também. Mas sendo sincero: não gosto de ficar cantando sozinho no palco. O Zezé chega a brigar comigo. É até engraçado. Quem faz segunda voz não pode ver alguém cantando uma melodia que já quer entrar na músi#ca. Eu até brinco dizendo que eu sou um "segundeiro" muito consciente. Prefiro cantar pouco e aparecer bem, do que cantar muito e deixar a música feia.

Onde você espera estar daqui a 10 anos?

Cantando. Este é o maior projeto da minha vida. Neste mesmo dia, daqui a 10 anos, eu quero estar em cima de um palco. É um êxtase indescritível. Enquanto Deus me der forças, e enquanto o povo me agüentar, eu irei continuar.

Publicidade