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Foi uma aula. Mais do que uma performance me­­morável na Capela Santa Maria, o Quinteto Villa-Lo­­bos proporcionou, na última sexta-feira, verdadeiros mo­­mentos de comunhão entre aque­­les que apreciam a obra do maestro brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959).

Flauta, clarinete, trompa, oboé e fagote adicionados a um bom-humor não-forçado dos músicos, um conhecimento profundo da obra do homenageado – na ocasião o quinteto contou causos sobre sua vida e obra – somados à ótima acústica do local, proporcionaram ótimas sensações.

No repertório, abrangência coerente. As clássicas, como "Lundu da Marquesa de Santos", estavam lado a lado com "Um a Zero" – de Pixinguinha, que fala sobre um gol específico de Arthur Friedenreich, primeira grande estrela do futebol brasileiro em sua época amadora. É o erudito se fazendo popular. É a cara de Villa-Lobos.

"Martelo", que faz parte das Bachianas Brasileiras N.º 5, demonstrou o vigor dos músicos em sua cadência exigente; outras obras originalmente arranjadas para duos ou até mesmo orquestras ganharam nova roupagem e em nada perderam. Destaque para som do fagote de Aloysio Fagerlande.

"Melodia Sentimental" – parte da grande obra A Floresta do Ama­­zonas, composta nos anos 1950 para o filme Green Mansions, de Mel Ferrer, revelou a virtuose do flautista Antonio Carrasqueira.

O final, semiapoteótico, trouxe o esperado "Trenzinho do Cai­­pira" (Bachianas nº 2, com ar­­ranjo de Jessé Sadoc Filho). Depois do apito, fagote "stacatto", trompa em ritmo acelerado e aquela me­­lodia inconfundível ora na flauta, ora no clarinete. Uma viagem e tanto. GGGG

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