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Sombras da Noite, que estreia hoje no Brasil, é um legítimo filme de Tim Burton, não há como negar. Mas deve entrar para o conjunto da obra do diretor norte-americano, autor de ótimos filmes, como Edward Mãos de Tesoura e Ed Wood, como um trabalho menor, apesar de concentrar vários dos traços estilísticos que fizeram dele um dos cineastas mais cultuados da atualidade: o híbrido entre o cinema de terror e de humor, as referências às estéticas do gótico e do expressionismo alemão e as citações à cultura pop.
VÍDEO: Assista à crítica do novo filme de Tim Burton
Mais uma vez, o diretor opta por trabalhar com o seu ator-fetiche, Johnny Depp, que acrescenta outro personagem excêntrico à sua já vasta galeria de tipos. Ele é Barnabas Collins, um jovem inglês, criado no estado de Maine, nordeste dos Estados Unidos, onde sua família faz fortuna explorando a indústria pesqueira. Tudo começa a dar errado em sua vida, quando ele se envolve com Angelique, uma criada vivida por Eva Green, a bela estrela de Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci.
A moça, que se apaixona por Barnabas perdidamente, não tem seu sentimento retribuído e resolve se vingar. Ela vem de uma longa linhagem de bruxas e o transforma em vampiro, para depois enterrá-lo por 200 anos. Quando volta ao mundo dos vivos em 1972, época da Guerra do Vietnã e do movimento hippie, ele não reconhece a realidade a sua volta. Desse choque cultural vêm as melhores sequências do filme. O personagem, fora de cena desde o século 18, é metralhado por informações sobre as quais não tem a menor referência, como a contracultura, as drogas lisérgicas, McDonalds, a dupla de pop romântico The Carpenters, o ciclo de filmes blaxploitation, o rock psicodélico do T-Rex e outros símbolos dos anos 70.
E, para complicar, Barnabas encontra os seus descendentes na maior pindaíba e tenta tirá-los a todo custo da lama. Mas, para isso, terá de enfrentar, mais uma vez, Angelique, a tal feiticeira que continua louca por ele.
Seriado
Sombras da Noite é a adaptação para o cinema da série Dark Shadows, exibida com grande sucesso pela rede norte-americana ABC entre 1966 e 1971. Tanto Burton quanto Depp, coprodutor do filme, são fãs confessos e, por conta disso, resolveram fazer o filme, uma superprodução cheia de efeitos especiais e bastante vistosa.
Apesar de ter todas as marcas do cinema do diretor, Sombras da Noite infelizmente deixa um tanto a desejar. O roteiro é frouxo e os personagens, embora interessantes, não são bem desenvolvidos e poucos deles dizem a que vieram. As referências culturais da época, como citações a músicas, bandas e filmes, a bela direção de arte e o elenco, que conta ainda com Michelle Pfeiffer e Helena Bonham Carter, mantêm o interesse. Mas é pouco. GG
CADERNO G | 2:54
Para Paulo Camargo, os personagens não são bem desenvolvidos
Classificações: GGGGG Excelente. GGGG Muito bom. GGG Bom. GG Regular. G Fraco. 1/2 Intermediário. N/A Não avaliado.
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