
Costumo dizer duas coisas sobre música: deveria ter nascido na década de 1960 para acompanhar todas as boas bandas que surgiram até a década de 1990; e que se pudesse voltar no tempo para assistir a um único show, seria, sem sombra de dúvida, do Queen. Como tenho 23 anos e a máquina de viajar no tempo (ainda) não foi inventada, pude me contentar com o God Save the Queen (Dios Salve a la Reina), um dos melhores e mais fieis covers do Queen do mundo. Portanto, não posso negar que sou suspeito para analisar o show da última sexta-feira, realizado pelos argentinos, no Teatro Positivo.
Os quatro integrantes Pablo Padín (voz e piano), Francisco Calgaro (guitarra), Matías Albornoz (bateria) e Ezequiel Tibaldo (baixo) lembram, tanto em aparência quanto em qualidade musical, o quarteto do verdadeiro Queen: Brian May (guitarra), Roger Taylor (bateria), John Deacon (baixo) e Freddie Mercury (voz e piano). Padín merece, contudo, capítulo à parte, pois reproduzir Mercury é uma das tarefas mais árduas do rock mundial, especialmente pelo talento vocal e pelos trejeitos espalhafatosos durante os shows. Mas Padín dá conta, incorporando a camiseta do super-homem que vestia.
Não é muito complexo, mas, em uma hora e meia de show, os argentinos apresentaram set list agradável aos fãs de Queen. O clímax do show floresce em duas canções: "Love of My Life" e "Bohemian Rhapsody". A primeira, tocada apenas com o violão, quebra o ambiente ágil e cria relação intimista com o público, assim como o verdadeiro Queen. E a segunda fecha a apresentação antes do retorno para o bis. Outros clássicos não ficaram de fora, casos de "Under Pressure", "Who Wants to Live Forever", "We Are the Champions" e "Somebody to Love".
Em várias dessas canções, o público não resistiu e se levantou para acompanhar o grupo. Mesmo após quase 20 anos do fim do Queen, a plateia diversificada ilustra a força de uma banda que eternizou incontáveis hits. De crianças, passando por adolescentes e jovens, chegando aos senhores e senhoras acima dos 60 anos, um público variado para uma banda que marcou a história e, mais do que isso, merece o tributo prestado com fidelidade pelo God Save the Queen (Dios Salve a la Reina).



