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Samir, Rosana (à dir.) e Maia: “estética do frio” permeia peça | Elenize Dezgeniski /Divulgação
Samir, Rosana (à dir.) e Maia: “estética do frio” permeia peça| Foto: Elenize Dezgeniski /Divulgação

Serviço

Veja as informações dessa e de outras peças no Guia Gazeta do Povo

Para o Vampiro – Variações n.º 1, que estreia hoje no Novelas Curitibanas, é uma peça em crise existencial (Veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo). Tanto é assim que a versão que a plateia verá até 18 de março deve ser transformada para a reestreia durante o Festival de Teatro – possivelmente, como Variações n.º 2.

Pode-se dizer que seja uma peça sobre ela mesma, mas não só isso. Na história, um dramaturgo tem sete semanas para criar, ensaiar e estrear um texto original com dinheiro público – qualquer semelhança com a realidade seria coincidência? O diretor Marcos Damaceno passou por uma situação parecida com o trabalho que entra em cartaz, inscrito no edital público de ocupação do teatro.

Pressão

No elenco, Samir El Halab (de Antes do Fim) interpreta o escritor pressionado por uma encomenda, num quase monólogo interrompido volta e meia por duas mulheres (Maia Piva e Rosana Stavis). Surgem boas frases – mas seriam elas de sua autoria? Ele questiona o ato de escrever: até que ponto consegue ser original? Quanto pode "vampirizar" a obra de outros? Enquanto filosofa, Samir se sai bem, interagindo com seres fictícios em sua solidão perturbada.

O cenário, bastante simples, busca transmitir ao espectador a "estética do frio" em que a obra daquele artista – e, por que não?, a da própria companhia – se insere. A trilha sonora, a cargo de Gilson Fukushima, contribui com o visual bem conhecido de curitibanos caseiros, com roupões pesados e meias. "Queremos falar sobre a maneira como o frio interfere no comportamento das pessoas", explica Samir.

Reversão

Ao colocar na mesa questões relacionadas à criação artística e seu financiamento, a Cia. do Damaceno lança uma provocação: além de entrar de graça, cada espectador será pago para ver a peça: "R$ 4 a inteira e R$ 2 a meia". Os recursos para isso são da própria companhia.

Apesar de a trama, em parte, retratar o momento por que passa o grupo, Damaceno explica que Psicose 4h48, que encenou em 2004, tinha mais elementos biográficos seus – ainda que escrita pela inglesa Sarah Kane – do que Para o Vampiro.

Serviço:

Para o Vampiro – Variações Nº 1. Teatro Novelas Curitibanas (R. Carlos Cavalcanti, 1.222 – São Francisco), (41) 3321-3358. De quinta-feira a domingo, às 20 horas. Ingressos gratuitos distribuídos a partir das 19h. Até 18 de março.

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