No sentido horário: Luis Antônio-Gabriela; a performance Pingos e Pigmentos; As Aventuras de uma Viúva Alucinada e Objeto Gritante, que integram o festival| Foto: Fotos: Claudio Etges/Divulgação – Paulo Lima/Divulgação – Janaina Vascon/Divulgação – Jonia Guimarae

Programe-se

3.º Festival Palco Giratório

Sesc Água Verde, Ruínas de São Francisco, Passeio Público e Boca Maldita. Oficinas no Sesc da Esquina. De 2 a 23 de agosto. R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada) e gratuito para comerciários. Classificação indicativa: livre. Confira a programação completa do festival no Guia Gazeta do Povo. Inscrições para as oficinas pelo telefone (41) 3304-2222.

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Tombé, do grupo de dança baiano Dimenti, que também faz oficina sobre arte contemporânea
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É a chance de ver ou rever espetáculos significativos do teatro nacional, selecionados por um grupo de 30 pessoas de todo o país. A partir de amanhã, o Sesc inicia o terceiro Festival Palco Giratório em Curitiba. O evento existe há 16 anos, levando espetáculos de diferentes estados para uma centena de cidades brasileiras.

O principal destaque é O Filho Eterno (dias 2 e 3, no Sesc Água Verde), monólogo da companhia carioca Atores de Laura, que adapta o romance homônimo de Cristovão Tezza. Outros espetáculos adultos são o premiado e denso Luís Antônio-Gabriela, dia 15, e Caetana, de Recife, dia 21.

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Coincidentemente, as duas peças selecionadas no Paraná usam máscaras, têm texto original da Península Ibérica e pertencem a um gênero da fábula que atrai tanto crianças quanto adultos. A Pereira da Tia Miséria (dia 4, nas Ruínas de São Francisco, e dia 5, na Boca Maldita) foi o primeiro trabalho do Núcleo Ás de Paus, de Londrina, e terminou 2011 com o troféu Gralha Azul de melhor espetáculo do estado naquele ano. O conto sobre pobreza e morte vem das tradições portuguesa e espanhola.

O Malefício da Mariposa, de Federíco García Lorca (dia 23, no Sesc Água Verde), inaugurou a sede própria da companhia Ave Lola, no bairro São Francisco, e tem trilha sonora do músico Jean-Jacques Lemêtre, do francês Théatre du Soleil. A peça levou o Gralha de melhor espetáculo em 2012.

Assim como A Pereira..., outros 7 espetáculos, dos 19 selecionados, foram criados fora de capitais. "Percebemos que os grupos passam por um amadurecimento depois de circular pelo Palco Giratório", conta a analista de cultura do Sesc-PR Tatyane Ravedutti, que integra o grupo de curadores. "Viver de teatro o ano inteiro é, para muitos, uma experiência nova."

A possibilidade de circular pelo país também estimula grupos de estados com pouca representação em festivais a melhorar e se inscrever. Neste ano, o Espírito Santo estreia no festival itinerante com o espetáculo de dança-teatro Insone (dia 6, no Sesc Água Verde). O trabalho foi desenvolvido por colegas de faculdade e coloca os atores, de branco, numa grande cama rodeada por arquibancadas – o que é possível no salão de eventos do Sesc Água Verde, que permite modular a plateia conforme a necessidade da peça.

Os espetáculos de dança são um gênero bem representado na mostra deste ano, com outros dois trabalhos: Tombé (dia 17), dos baianos do Dimenti, do qual participa o ex-Couve-flor Netto Machado, e Objeto Gritante (dia 4), ambos no Sesc Água Verde).

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Novidade

Este é o primeiro ano em que o festival agrega o gênero da performance urbana – com um trabalho que destrói conceitos básicos, como "hora e local" da apresentação. A partir da oficina Intervenção Urbana – Poéticas de Multidão, o coletivo baiano Construções Compartilhadas irá decidir por onde passará o "cortejo" de Pingos e Pigmentos, dia 14. Outras oficinas envolvem o teatro documentário, o trabalho de ator e dança contemporânea.

Um gênero de difícil circulação devido às estruturas com que trabalha, o circo tem um representante na peça gaúcha La Perseguida (dia 18, nas Ruínas). Outros trabalhos dialogam com essa linguagem: em Julia e Amor por Anexins, os catarinenses do Cirquinho do Revirado apresentam teatro de rua; e O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só, do Rio Grande do Sul, solo que brinca com os cabarés, a mágica e as mulheres barbadas.

8 espetáculos do Palco Giratório foram criados por grupos do interior dos estados representados, o que contribui para o desenvolvimento e a descentralização da produção nacional.