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Ricardo III, a peça de Shakespeare, tem se prestado a experimentações nos palcos e no cinema, muitas delas com resultados interessantes. O personagem mau e feio fascina atores, diretores e público. Nesta edição do Festival de Teatro de Curitiba, ele está presente em duas montagens. A versão do diretor carioca Sergio Módena, que tem mais uma apresentação nesta sexta-feira (28), arrisca uma ousadia. Sozinho no palco, o ator Gustavo Gasparini interpreta mais de dez personagens, homens e mulheres. Para que isso funcione, foi necessário um pacto com o público, pacto este que é conduzido de forma inteligente e sutil logo nos primeiros minutos do espetáculo. Como ponto de partida, o ator apresenta os personagens escrevendo seus nomes em um quadro, que se torna o elemento principal do cenário.

Ao invés de tornar confusa a compreensão da peça – risco inerente a este drama com muitos personagens, mesmo nas montagens tradicionais – a estratégia usada por Módena e Gasparini facilita. O público nunca se perde. É como se Gasparini estivesse contando a história para uma criança ou para uma sala de aula. O caráter didático da montagem – intencional ou não – é muito forte. Se, por um lado, facilita a compreensão de uma trama movimentada, por outro este didatismo reduz a intensidade dramática do texto de Shakespeare. Ganha-se de um lado, perde-se de outro.

Gasparini dá conta do trabalho pesado, com louvor. Mantém constante o ritmo da interpretação mesmo sem ficar um minuto sequer longe dos olhos da plateia. A conexão com o público é preservada até o último minuto.

Há ingressos disponíveis para a apresentação desta sexta-feira, às 21h, no Teatro Sesc da Esquina.

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