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Em sua viagem, a russa Alexandra encontra o neto e uma Chechênia destruída pela guerra | Divulgação
Em sua viagem, a russa Alexandra encontra o neto e uma Chechênia destruída pela guerra| Foto: Divulgação

Aos 57 anos, o siberiano Alexander Nikolayevich Sokurov é um dos cineastas mais autorais atualmente em atividade, fortemente influenciado pelo também russo Andrei Tarkosvki (O Espelho). Faz filmes densos, escuros, intensos e sem nenhuma concessão comercial.

São exemplos Moloch (1999), um estudo da vida cotidiana de Adolph Hitler e sua amante Eva Braun, e O Sol (2005), sobre as consequências da decisão do imperador japonês Hiroito de pôr fim às hostilidades aos norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Já Arca Russa entrou para a história do cinema como um filme de 99 minutos feito com um único plano-sequência. O filme narra a trajetória de um cineasta russo dos dias de hoje, que não pode ser visto, enviado para a São Petesburgo de 1700.

Alexandra, seu filme recente (de 2007), é mais leve e menos experimental. O filme conta a história de Alexandra – vivida por uma lenda da ópera russa, Galina Vishnevskaya –, uma senhora solitária que decide pegar um trem repleto de soldados para visitar o neto, Denis (Vasily Shevtsov), um capitão do exército russo acampado na Chechênia.

A figura digna da mulher em meio a um ambiente rude e masculino causa estranheza. Chegando ao acampamento, Alexandra toma contato com um mundo novo, onde procurará exorcizar uma relação conturbada com o neto. Ela também fará amizade com a chechena Malika (Raisa Gichaeva).

Sokurov dá continuidade aqui a sua trilogia familiar iniciada com Mãe e Filho (1997), sobre os fortes laços entre uma mãe enferma e um filho, e Pai e Filho (2003), que revela o isolamento de um pai e um filho num apartamento, onde vivem cheios de rituais marcados.

Ele também é o diretor de Taurus (2001), centrado nos derradeiros momentos do líder russo Lênin: seu isolamento, suas questões existenciais e sua perplexidade diante do fim. GGG1/2

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