Show
Marcelo Brum-Lemos e o Som-De-Brinkedo
Teatro do Paiol (Lgo. Guido Viaro, s/nº), (41) 3213-1340. Hoje, às 20 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).
A afinidade entre a música e a palavra é um dos traços mais marcantes e sofisticados do cancioneiro brasileiro. Curitiba também cultiva a sua própria tradição, e é um de seus representantes quem abre a série Terça Brasileira hoje, às 20 horas, no Teatro do Paiol (veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo). O músico paulista radicado há 30 anos em Curitiba Marcelo Brum-Lemos apresenta composições próprias de seus 15 anos de carreira com o Som-De-Brinkedo uma formação "flutuante" que, nesta apresentação, conta com os músicos Aruana Moscheta (rabeca), Aluísio Coelho (violão e guitarra), Mateus Sokolowski (bandolim, bouzouki e viola caipira), Leandro Leal (bateria, percussão e voz) e o antigo companheiro de Brum-Lemos na banda Zaius, Felipe Ayres (guitarras, eletrônicos e harpa). Leal e Ayres também levam composições para o repertório.
Brum-Lemos assume os vocais, guitarra, piano e harmônica no eclético conjunto de canções, que passa por seresta ("Eterno"), baião-jazz ("O Almirante Possuía um Barco Branco"), folclore gaúcho ("Sementes") e pelo que o músico, que também é poeta e professor de literatura, chama de "poema cantado".
"A canção ainda tem um compromisso maior com a melodia e a harmonia do que com a palavra digamos que 60% de musicalidade e 40% de palavra", explica Brum-Lemos, por telefone. "A poesia cantada tem um compromisso mais pendente para a palavra", diz.
O trabalho privilegia um estilo mais "falado" de interpretação das canções, cujas letras, minuciosamente trabalhadas e permeadas pela ironia, exploram temáticas como a cidade e o amor. Essa última, de acordo com o músico, é tratada de forma diferente. "É uma espécie de canção de não amor. Não é o lirismo amoroso em que o cara está passando a cantada ou lamentando a falta da pessoa", diz.
Um exemplo é a canção "Beijar Você", em que, ao descrever o primeiro beijo, Brum-Lemos faz uma reflexão sobre o tempo. "No fundo profundo esta cançãozinha/ não trata de você e eu;/ é sobre um grãozinho de areia que somos/ no quintal dos sonhos de Cronos", diz um trecho da letra.
Musicalmente, predominam a experimentação e a brincadeira sugerida pelo nome do projeto. "Crio minha composições a partir de experimentos e brincadeiras sonoras. Tentei levar a mesma proposta para o grupo. Partimos de arranjos mais ou menos prontos, mas os músicos foram convidados a brincar com o som, tocar instrumentos diferentes dos habituais", diz Brum-Lemos. A proposta, de acordo com o músico, fez o trabalho fluir com facilidade. "Fazer arte é uma espécie de brincadeira", define.
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