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Cia. Nossa Senhora do Teatro Contemporâneo: peça gera reflexão sobre o racismo | Divulgação
Cia. Nossa Senhora do Teatro Contemporâneo: peça gera reflexão sobre o racismo| Foto: Divulgação

Cinco negros em um palco, contando 50 piadas de negros, das mais politicamente incorretas. É engraçado ou não? É certo dar risada, já que eles mesmos riem? Ou rir, nesse caso, é o mesmo que ser racista? Essas são algumas das reflexões que passam pela cabeça do espectador durante a primeira cena de Pixaim, montagem da Cia. Nossa Senhora do Teatro Contempo­­râneo, que entra em cartaz a partir de hoje (9), no Teatro José Maria Santos (confira o serviço completo).

Inspirada na antologia Terra de Palavras, que reúne contos de escritores africanos contemporâneos, a peça trata da questão da invisibilidade do povo afrodescendente brasileiro, abordando situações cotidianas da vida de negros no país. "A ideia é falar da relação dessas pessoas com o mundo, como são tratados pela mídia, na escola, na família e na sociedade, em geral. Trazemos à tona o preconceito velado do brasileiro, sobre o qual ninguém discute", explica o diretor da montagem, Rafael Camargo.

Formado por Simone Maga­­lhães, Cássia Damasceno, Cássia Gomes, Adriano Carvalhães e Marcel Szymanski, o elenco de Pixaim, de acordo com Camargo, é o primeiro totalmente negro do Paraná. Todos os atores contribuíram para o texto final com suas próprias experiências, registradas em vídeos e fotos, que são projetados no palco para contextualizar a forte presença da cultura negra na história brasileira.

"É uma conversa positiva e suave, sem mágoas. Não é um monólogo, não levantamos bandeira. Apenas defendemos que haja mais espaço para a diversidade e a tolerância. Mais espaço para to­­dos", ressalta Camargo.

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